Ele vem “Yeshua”

Bento XVI fala ao coração da Igreja na récita do terço

13/05/2007
Bento XVI fala ao coração da Igreja na récita do terço


O Papa Bento XVI encontrou-se ontem com sacerdotes, religiosos, religiosas, seminaristas e vocacionados no Santuário Nacional de Aparecida. Em seu discurso, o Santo Padre lembrou a todos da importância da oração para a fidelidade no ministério e santidade da vida.


Dirigindo-se aos padres, Bento XVI disse que “o testemunho de um sacerdócio bem vivido dignifica a Igreja, suscita admiração dos fiéis e é o mais autêntico exemplo para que outros jovens respondam positivamente aos apelos do Senhor”. A todos os presentes, exortou para que vivam de modo digno a vocação que receberam, com ardor missionário, zelando pelas almas. O Santo Padre agradeceu de modo especial aos sacerdotes idosos e enfermos pela vida dedicada a Deus e à Igreja. Referindo-se à canonização de Frei Galvão, disse que espera que o novo santo sirva de exemplo e estímulo para a vivência de uma consagração total. Concluindo seu discurso, o papa rezou a Nossa Senhora Aparecida, pedindo “à Mãe de Deus que zele pela vida de todos os cristãos. Ela, que é a Estrela da Evangelização, guie nossos passos no caminho do reino celestial”.


No início do encontro, Bento XVI, repetindo o gesto de Paulo VI em sua visita a Aparecida em 1967, entregou ao santuário mariano brasileiro uma rosa de ouro, símbolo de sua devoção pessoal a Nossa Senhora, e recebeu de presente o terço oficial da visita das mãos do padre Mauro Matiazzi, responsável pelo Santuário Nacional de Aparecida.

Fé em Deus, não ideologias, é a força da América Latina, diz Papa


Fé em Deus, não ideologias, é a força da América Latina

Luciana Sitta/Canção Nova Papa Bento XVI fazendo homilia da Santa MissaA fé no Deus Amor, e não ideologias, foi que fez da América Latina o “Continente da Esperança”, apontou o Papa Bento XVI na homilia da Missa de abertura da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, neste domingo, dia 13, em Aparecida (SP). Diante de uma multidão de mais de 140 mil fiéis, reunidos no pátio da Basílica Nacional, o Pontífice orientou os bispos sobre as decisões a serem tomadas no evento que vai até o final deste mês.


“Não é uma ideologia política, nem um movimento social, como tampouco um sistema econômico; é a fé no Deus Amor, encarnado, morto e ressuscitado em Jesus Cristo, o autêntico fundamento desta esperança que produziu tão magníficos frutos desde a primeira evangelização até hoje”, disse Bento XVI. O Pontífice reafirmou a mensagem de sua Encíclica Deus Caritas Est, colocando o encontro pessoal com Jesus Cristo no centro da vida cristã e desaprovando leituras politizadas do Evangelho.


Em sua mensagem, Bento XVI evocou mais de 20 vezes o Espírito Santo e considerou providencial a proximidade da Festa de Pentecostes, que será celebrada no dia 28 deste mês, quatro dias antes do final da V Conferência. O Pontífice afirmou ainda que não é só questão de procedimento, mas faz parte da natureza da Igreja não tomar decisões de forma simplesmente humana. “‘Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós…’ Esta é a Igreja: nós, a comunidade de fiéis, o Povo de Deus, com os seus Pastores chamados a fazer de guia do caminho; juntos com o Espírito Santo”.


Num continente, onde o catolicismo enfrenta os desafios do crescimento das seitas e dos batizados não suficientemente evangelizados, Bento XVI também apontou o modo como a Igreja evangeliza. “A Igreja não faz proselitismo. Ela cresce muito mais por ‘atração’: como Cristo que ‘atrai todos a si’ com a força do seu amor, que culminou no sacrifício da Cruz, assim a Igreja cumpre a sua missão na medida em que, associada a Cristo, cumpre a sua obra conformando-se em espírito e concretamente com a caridade do seu Senhor”.


Um coral com mais de mil vozes animou a celebração, que contou com o entusiasmo dos fiéis que não se cansavam de aplaudir o Pontífice e balançar as bandeiras de seus países.


Ao final da Missa, o Papa Bento XVI rezou o Regina Coeli, oração do tempo pascal, que substitui o Angelus, recitado nos domingos de outros tempos litúrgicos da Igreja. Mais uma vez, o Santo Padre invocou o Espírito Santo e pediu orações pela V Conferência.


Gratidão
No início da celebração, o arcebispo de Aparecida, Dom Raimundo Damasceno, agradeceu ao Santo Padre pela canonização de Frei Galvão e pela arquidiocese ter sido escolhida como sede da V Conferência. Apontou avanços da missão da Igreja no continente latino-americano, como o crescimento do número de seminaristas, mas não deixou de ressaltar também desafios, como a permissividade moral que atinge principalmente os jovens, a pobreza e a desigualde social.


Maurício Rebouças
Canção Nova Notícias, Aparecida

Discurso de Dom Geraldo Lyrio Rocha na posse da presidência

 


Com temor e tremor assumo a nobre e difícil missão de Presidente da CNBB. Só aceitei essa responsabilidade tão grande que agora recai sobre meus frágeis ombros porque, acima de tudo, confio na graça do Senhor. Interpreto minha eleição para esse serviço à CNBB como expressão da vontade de Deus que se manifestou na escolha feita pelos irmãos no episcopado. Com Maria, sob cuja proteção coloco este ministério, quero dizer “sim” ao chamado de Deus para a missão que me é confiada.


A responsabilidade é enorme. Os desafios são cada vez maiores. A missão é exigente. A Igreja no Brasil espera muito de seus Pastores. O País conta a continuidade da atuação da CNBB, coerente com sua tradição e sua história. Com os irmãos que foram eleitos para compor a Presidência e o CONSEP, juntamente com todos os membros da CNBB, com a graça de Deus, buscaremos corresponder à nossa missão na certeza de que “o Senhor jamais há de nos recusar a sua misericórdia e sempre nos haverá de proteger com sua graça e fidelidade” (cf. Sl 39,12).


Em meu nome, e em nome dos que foram eleitos para funções na CNBB ao longo deste quadriênio, afirmo o compromisso de nos empenharmos para que nossa Conferência Episcopal cumpra fielmente sua missão, conforme estabelece seu próprio Estatuto: “Respeitada a competência e a responsabilidade inalienáveis de cada membro, em relação à Igreja universal e à sua Igreja particular, cabe à CNBB, como expressão peculiar do afeto colegial: fomentar uma sólida comunhão entre os Bispos que a compõem; ser espaço de encontro e de diálogo para os Bispos do nosso País; concretizar e aprofundar o afeto colegial, facilitando o relacionamento de seus membros e contribuindo para a unidade eclesial; estudar assuntos de interesse comum, estimulando a ação concorde e a solidariedade entre os Pastores e entre suas Igrejas; facilitar a convergência da ação evangelizadora oferecendo diretrizes e subsídios às Igrejas locais; exercer o magistério doutrinal e a atividade legislativa, segundo as normas do direito; representar o Episcopado brasileiro junto a outras instâncias, inclusive a civil; promover a permanente formação e atualização dos seus membros e favorecer a comunhão e participação das diversas parcelas do povo de Deus, na vida e nas atividades da Igreja, discernindo e valorizando seus carismas e ministérios” (cf. Estatuto da CNBB, art. 2).


Com afeto e veneração, expressamos nossa obediência e fidelidade ao Sucessor de Pedro, e nosso propósito sincero de sempre caminhar em estreita comunhão com a Sé Apostólica e o Colégio universal dos Bispos.


Em nome da CNBB, agradecemos à Presidência que ora encerra seu mandato: Sr. Cardeal D. Geraldo Majella Agnelo, D. Antônio Celso Queirós e D. Odilo Pedro Scherer, bem como aos membros do CONSEP e a todos os que serviram à CNBB e à Igreja no Brasil durante o quadriênio que se conclui. Invocando as bênçãos de Deus, iniciamos este novo quadriênio sob o olhar materno de Nossa Senhora Aparecida.


Brasília, 09 de maio de 2007


Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo eleito de Mariana


 

Que o Ministério da Saúde esteja a serviço da vida e não da morte

Aborto. Esse foi um dos assuntos tratados na coletiva de imprensa, na tarde desta terça-feira (8), durante a 45ª Assembléia Geral da CNBB, que reúne bispos de todo o Brasil na cidade de Indaiatuba, interior paulista, desde o dia 1º de maio.


A Igreja e todo homem e mulher de boa vontade estão na defesa da vida, porque a vida é sagrada.


O primeiro ponto básico fundamental é que nós estamos realmente comprometidos com a vida, e a vida começa desde o primeiro instante da concepção. Então a criança é indefesa, é um ser que deve ser protegido, defendido na sua vida.


Nós não somos “contra isso e contra aquilo”, nós somos a favor da vida.


Em segundo lugar, nós temos uma preocupação enorme pela saúde da mulher, – não somente no aspecto da sua saúde física –, mas na sua saúde psicológica e mental.


Em terceiro lugar, se o recado é direto, eu gostaria realmente que o Ministério da Saúde estivesse a serviço da vida e não da morte.


Quando a gente vê, neste Brasil amado, a situação nocauteada em que está saúde pública, o acesso que as populações indefesas não têm à saúde, então, aí há um vasto campo de trabalho sobre o qual o ilustre Ministro da Saúde realmente seja Ministro da Saúde e não da morte. Isso é fundamental para nós.


Quando se trata da defesa da vida, nós precisamos ser proféticos, e cada vez mais conscientizar a população de que é preciso um saneamento global no aspecto econômico, no aspecto ético, no aspecto dos costumes.


Lança-se a juventude e a adolescência no sexo pelo sexo, numa irresponsabilidade muita vezes, e depois se quer falar a respeito do aborto como um capítulo quase que à parte.


Num contexto geral, o aborto direto, para nós, realmente, não tem cabimento porque é um atentado à vida. Que se cuide, e se cuide muito mais da saúde da mulher, mas que isso não seja feito à custa de um sacrifício de um ser indefeso que ela traz em seu seio.