Ele vem “Yeshua”

Efeitos do aborto


Consequências e efeitos do aborto


 



O aborto é frequentemente apresentado como um problema de “direito das mulheres”. É visto como algo desejável para as mulheres, e como um benefício ao qual elas deveriam ter tanto acesso quanto possível. Na verdade, ser “pró-vida” é visto como sendo “contra os direitos da mulher”. Se você às vezes pensa desta forma, examine os factos apresentados aqui. Verá que, na verdade, o aborto prejudica a mulher, ignora os seus direitos, e as abusa e degrada. Qualquer um que se preocupa com a mulher fará bem em conhecer estes factos.


Estudos de mulheres que fizeram aborto, (veja, por exemplo, o livro do Dr. David Reardon, Aborted Women, Silent No More), mostram que o aborto não é uma questão de dar à mulher uma “escolha”. É, tragicamente, uma situação em que as mulheres sentiram que não tinham NENHUMA ESCOLHA, sentiram que ninguém se importava com elas e com seu bebé, dando-lhes alternativa alguma a não ser o aborto. A mulher sente-se rejeitada, confusa, com medo, sozinha, incapaz de lidar com a gravidez – e, no meio disto tudo, a sociedade diz-lhe, “Nós eliminaremos o seu problema eliminando o seu bebé. Faça um aborto. É seguro, fácil, e uma solução legal”.


O facto é que embora o aborto seja legal (nos Estados Unidos) , ele NÃO é seguro e fácil, nem respeita a mulher.


Carol Everett costumava trabalhar numa clínica de aborto. Ela agora é pró-vida, e conta como as mulheres não recebem toda a verdade sobre o procedimento do aborto. Quando elas perguntam “É doloroso?”, é-lhes dito “Não”, apesar de dores graves fazerem parte do processo. Quando elas perguntam, “É um bebé?”, é-lhes dito “Não”. Muitas mulheres descobriram só DEPOIS do seu aborto que seu bebé já tinha braços, pernas, e chupavam o dedo, antes de serem abortados. Os funcionários das clínicas recebem ordens de não oferecer nenhuma outra informação se lhes for perguntado. Por que é que nós não respeitamos as mulheres o suficiente para lhes dizer toda a verdade?


Nada é dito às mulheres sobre os muitos efeitos prejudiciais psicológicos e físicos do aborto. O aborto NÃO é seguro. Existem, por exemplo, quinze factores de risco psicológico que devem ser investigados antes deste procedimento. E eles normalmente não são investigados. Mulheres que fizeram aborto têm duas vezes mais probabilidade de aborto espontâneo se ficarem grávidas novamente. Uma das razões disto é a “incompetência cervical”. Durante um aborto o músculo cervical é distendido e aberto apressadamente, e consequentemente pode ficar muito fraco para permanecer fechado para uma outra gravidez. Outra complicação é a gravidez ectópica (gravidez extra-uterina, fora do útero), uma situação de risco de vida na qual, por causa do tecido fibroso no ventre devido à raspagem do aborto, um óvulo fertilizado é impedido de entrar no útero e assim começa a crescer no tubo falopiano e por fim o rompe. Desde que o aborto foi legalizado nos Estados Unidos, os casos de gravidez ectópica cresceram 300%. Muitas outras complicações físicas podem surgir, como mostra o quadro abaixo. Também tem sido provado que complicações e morte de mulheres que fizeram aborto são relatados em BAIXA ESCALA, e registados sob causas diferentes do aborto.


Efeitos psicológicos são também muito reais. As mulheres sofrem de PAS (Síndrome Pós-Aborto). Elas experimentam o “luto incluso”; ou seja, uma dor que contamina o seu interior como um pus porque elas e outros negam que uma morte real ocorreu. Por causa desta negação, o luto não pode propriamente existir, mas mesmo assim a dor da perda ainda está lá. Muitas têm flashbacks da experiência do aborto, pesadelos sobre o bebé, e até mesmo sofrimento no aniversário da morte. Uma mulher testemunhou que ainda sofre pelo aborto feito há 50 anos atrás! Ninguém preocupado com as mulheres pode responsavelmente ignorar estes factos.


Os Efeitos do Aborto


Quadro preparado pela WEBA. Women Exploited by Abortion (Mulheres Exploradas pelo Aborto), como um alerta para outras mulheres evitarem os riscos da cirurgia de aborto)



































































Efeitos Físicos


Efeitos Psicológicos


Esterilidade


Sentimento de culpa


Abortos espontâneos


 Impulsos suicidas


Gravidez ectópica


Pesar/Abandono


Natimortos


Arrependimento/Remorso


Hemorragias e Infecções


 Perda da fé


Choques e comas


Baixa auto-estima


Útero perfurado


Preocupação com a morte


Peritonite


 Hostilidade/Raiva


Febre/Suor Frio


 Desespero/Desamparo


Dor intensa


Desejo de lembrar da data de nascimento


Perda de órgãos do corpo


Alto interesse em bebés


Choros/Suspiros


 Frustração do instinto maternal


Insónia


Ódio por pessoas ligadas ao aborto


Perda de apetite


 Desejo de terminar o relacionamento com o parceiro


 Exaustão


 Perda de interesse sexual/Frigidez


 Perda de peso


 Incapacidade de se auto-perdoar


Nervosismo


 Pesadelos


 Capacidade de trabalho diminuída


 Tonturas e tremores


Vómitos


Sentimento de estar sendo explorada


Distúrbios gastro-intestinais


Horror ao abuso de crianças


Que tipo de preocupação pelas mulheres existe quando colocamos mais esforço em matar a criança do que em ajudar a mulher a manter seu filho? A mentalidade do aborto vê a gravidez como uma doença. Ela não leva a mulher a sério no seu privilégio único de poder gerar uma nova vida!


Alguns dizem que o movimento pró-vida é controlado por homens tentando controlar as mulheres. Mas você alguma vez notou que a indústria do aborto é controlada principalmente por homens, que ganham um monte de dinheiro fazendo esta cirurgia degradante nas mulheres? O aborto não leva o sexo a sério, também. Pelo contrário, fica mais fácil para os homens explorarem as mulheres sexualmente. Rosemary Bottcher, uma feminista pela vida, escreveu: “O aborto reduz as mulheres ao status de máquinas de fazer sexo que podem ser “consertadas” se for necessário. O aborto ajuda a aliviar a ansiedade do homem pelo sexo e liberta-o do último vestígio de responsabilidade. O sexo é realmente livre, afinal!”.


Muitas mulheres perceberam estes factos, e formaram a Coalisão Nacional de Mulheres pela Vida (National Women’s Coalition for Life). Vamos parar de nos enganar dizendo que o aborto é um “direito” da mulher. O movimento pró-vida oferece às mulheres milhares de centros espalhados pelo mundo onde elas podem encontrar compaixão, assistência,  alternativas reais e escolhas que oferecem vida. O movimento do aborto oferece-lhes nenhuma escolha, excepto um corpo ferido, uma mente marcada, e um bebé morto.


A escolha é óbvia.


“Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é suprimi-la”. – S. Felix     


Texto de Frank A. Pavone – Priests for Life


Tradução: Sandra Katzman  


Retirado de Portal da Família

Testemunho 04

 


Há quem diga que pelo menos no caso da gravidez resultante de estupro o aborto ajudaria a mulher. Tal afirmação é falsa. Para contradizê-la podemos citar o testemunho de duas vítimas de estupro que engravidaram e deram à luz, ambas moradoras da cidade de Anápolis, Goiás.


Maria Lucilene


A primeira delas é Maria Luciene de Oliveira Nunes, 30 anos, que foi violentada em julho de 1995 e deu à luz uma linda menina, Bruna de Oliveira Nunes. Mãe e filha foram a Brasília na caravana pró-vida de 16 de outubro de 1996 promovida pela Comissão de Pastoral Familiar do Regional Centro-Oeste. Diante da multidão reunida na Esplanada dos Ministérios, Luciene foi entrevistada e pronunciou em alto e bom som as seguintes palavras:


– O que você teria sentido se tivesse feito aborto?


Luciene: “Estaria morrendo de remorsos”


– A mulher estuprada tem o direito de abortar?


Luciene: “Não tem esse direito. A criança não tem culpa”


– A criança nascida de um estupro merece ser menos amada pela mãe?


Luciene: “Não. Merece ser mais amada” (sic!).


– Uma lei que autorizasse o aborto em caso de estupro ajudaria a mulher?


Luciene: “Não ajudaria”.


– Há pessoas que dizem que o estupro é uma violência tão grande que, se a mulher não abortar, vai-se lembrar para sempre do que sofreu a cada vez que olhar para a criança. O que você diz disso?


Luciene: “No início, quando você percebe que está grávida, fica com muita raiva. Mas depois que a criança nasce, você nem se lembra mais do que aconteceu”.


Quanto ao amor de Luciene por sua filha é inútil descrever por palavras. Seria preciso ver como ela a estreita em seus braços.



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Maria Aparecida

O segundo testemunho é de Maria Aparecida, 48 anos, violentada em março de 1975. Ela mesma se prontificou para contar sua história, pois é intransigentemente contrária ao aborto. O estupro que resultou em gravidez teve para ela conseqüências gravíssimas: a perda do noivo (que não aceitou a criança) , a incompreensão dos parentes, surras diárias de sua mãe (que não acreditava que a gravidez resultasse de um estupro), e um parto por cesariana. Seu filho Renato está agora cursando a faculdade.


– O que a senhora sentiu quando o filho nasceu?


Maria Aparecida: Eu não vi, porque fiquei na UTI. Mas quando eu voltei e vi o meu filho… Nossa! Eu senti a pessoa mais feliz do mundo! Não me lembrei de problema nenhum!


– A senhora se arrepende de não ter abortado?


Maria Aparecida: Nunca!


– Se a senhora tivesse abortado, o que estaria sentindo hoje?


Maria Aparecida: Muito mal. Consciência pesada. Remorsos.


– A senhora acha que qualquer mulher estuprada sentiria remorsos?


Maria Aparecida: Sim. Pelo resto da vida! Eu tenho certeza. Pois eu tenho remorso só de ter pensado em abortar!


– Quando a senhora olha para o seu filho, pensa no estupro?


Maria Aparecida: Não. O preço por ter um filho de estupro é altíssimo. Mas o preço da consciência pesada é muito maior. Eu tenho certeza que quem aborta vive sempre com um martelinho na mente batendo, para que nunca esqueça que é criminosa.


– Criminosa, mesmo em caso de estupro?


Maria Aparecida: Mesmo em caso de estupro. De qualquer maneira.


– A mulher que sofre estupro não tem o direito de abortar?


Maria Aparecida: Não.


– Por que não?


Maria Aparecida: Porque a criança que está no ventre dela não tem culpa de nada.


– O que a senhora sente quando olha para o seu filho?


Maria Aparecida: Eu sinto amor demais! E não suportaria agora pensar que ele não existiria, quando visse uma pessoa da idade dele. Valeu a pena e está valendo. Olha! Se você sofre demais para conseguir uma coisa, é muito mais amor. Porque esse filho é o que mais deu dilema.


[Maria Aparecida foi entrevistada em sua casa no dia 16/02/97]


Anápolis, 01 de abril de 1997.


Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz

Testemunho 03

Vítor, o menino que venceu José Serra


 
Quando Vítor foi concebido, em meados de agosto de 1999, a Norma Técnica do Aborto já estava em vigor. De acordo com a Norma, assinada pelo Ministro José Serra em 9 de novembro de 1998, a vida de Vítor não era inviolável. Sua mãe, a adolescente Fabiana Silva, 15 anos, moradora da periferia de Goiânia, havia-o concebido em um estupro praticado pelo padrasto.


Se o padrasto fosse apanhado (o que até hoje não aconteceu) sofreria no máximo 10 anos de reclusão (art. 213 do Código Penal). E isso só depois de um julgamento, e com amplo direito de defesa.


Vítor, porém, sem a menor culpa, já estava condenado à morte por causa do crime de seu pai. Em dezembro de 1999, Fabiana estava disposta a abortar Vítor de qualquer jeito. A criança na época já estava com 4 meses e os médicos do Hospital Materno Infantil de Goiânia hesitavam em matá-la. Restava uma última esperança: o Hospital Municipal Dr. Arthur Ribeiro de Saboya na capital paulista, conhecido como Hospital de Jabaquara, que desde 1989, sob o comando do médico Dr. Jorge Andalaft, especializara-se em trucidar bebês concebidos em um estupro. Ainda hoje, o Hospital faz em média, um a dois abortos por mês.


Não foi fácil batalha para salvar a vida de Vítor. Visitamos várias vezes a casa de Fabiana, conversamos com ela e sua mãe Ana Francisca da Silva, exibimos o vídeo “A dura realidade”, mostrando cenas de abortos praticados nos Estados Unidos… No dia 1º de janeiro de 2000, levamos a jovem Alcineide ( 22 anos, vítima de estupro) com seu filho David (12 anos, concebido no estupro) para conversar com Fabiana. As duas conversaram muito, choraram… Alcineide implorou que Fabiana lutasse até o fim pelo seu filho, assim como ela lutara por David.


Ao mesmo tempo que tentávamos convencer Fabiana a assumir com amor a própria maternidade, e lhe oferecíamos toda a assistência possível durante a gestação, parto e puerpério, passamos a combater em outra frente: convocamos pessoas do Brasil e do mundo para que suplicassem ao Dr. Jorge Andalaft que poupasse a vida do inocente. Graças a Deus, a mobilização mundial foi surpreendente.


Quando no dia 4 de janeiro de 2000, às 16 horas, telefonei para o Hospital de Jabaquara, tive a honra de conversar pessoalmente com Dr. Andalaft. Ele se demonstrou extremamente irritado por estar recebendo protestos de todas as partes do mundo e por todos os meios: telefone, fax, correio eletrônico. Informou que recebia em média 30 telefonemas por hora! Indignado, ameaçou processar-me por “invasão de privacidade”(sic!). Perguntei se ele havia recebido ofensas, e ele prontamente respondeu: “Sim. Estão-me chamando de assassino, de aborteiro, dizendo que eu vou matar a criança…”. Nessa hora eu apartei: “O senhor não vai matar a criança? Se não vai, diga-me, que eu espalharei agora mesmo a notícia”. O doutor ficou perturbado e não soube dar resposta. Ele só tinha até o dia seguinte para responder se faria ou não o aborto.


Levado pela emoção, prosseguiu: “Aposto que vocês, que tentam impedir o aborto, depois de seis meses deixarão a menina sozinha, abandonada, sem poder continuar os estudos e convivendo com o fruto de sua violência”. Graças a Deus, Andalaft foi um péssimo adivinho.


No dia seguinte, 5 de janeiro de 2000, à noite, ele finalmente informou que o Hospital de Jabaquara não iria fazer o aborto em Fabiana. O menino tinha então cerca de 5 meses de vida. No dia 6, Fabiana e sua mãe já haviam desistido totalmente da idéia do aborto.


 
A gravidez transcorreu maravilhosamente bem. Não faltou quem oferecesse toda sorte de assistência a Fabiana e sua mãe, inclusive o pagamento do aluguel de uma nova casa, mais próxima da escola onde a adolescente cursava a 2ª série do 2º grau.


Na segunda-feira, dia 15 de maio de 2000, às 19h 55min, no Hospital Materno Infantil de Goiânia, nasceu Vítor, 52 cm, 3.115 g, de parto normal. Cerca de vinte médicos acompanharam o nascimento do bebê mundialmente famoso.


Para decepção do Dr. Jorge Andalaft, Vítor foi um verdadeiro presente para Fabiana e sua família. Antes decidida a abortá-lo, depois de dá-lo à luz, Fabiana apaixonou-se pelo bebê. No dia 17 de junho de 2000, na Catedral do Bom Jesus, Anápolis, Vítor era batizado e Fabiana fazia sua Primeira Comunhão.


Os estudos de Fabiana transcorreram normalmente e a situação da família melhorou muito depois que o bebê nasceu. Deus nunca permitiu que lhes faltassem benfeitores, seja para a compra de gêneros alimentícios, seja para o aluguel da casa.


Pouco antes de dar à luz, no dia 1º de maio de 2000, Fabiana escrevia uma comovente carta ao Dr. Jorge Andalaf agradecendo-lhe por ter poupado a vida de seu filho.

Fonte site Pró-Vida de Anápolis

Testemunho 02

 Silvana
(uma heroína que resistiu às pressões para abortar seu filho durante um tratamento de câncer…)
Rio, 26/06/2003


Meu nome é Silvana. Tenho 27 anos e gostaria de contar um pouco de minha história. Quando tinha 24 anos, descobri que estava com câncer. No primeiro momento, o desespero foi inevitável, porém comecei o tratamento: quimioterapia e radioterapia. Fiz tudo e tive bons resultados. Fiquei fazendo apenas revisão de 3 em 3 meses e estava tudo bem.


Porém descobri que estava grávida e fui ao médico para informá-lo. Ele me deu uma bronca, me disse coisas horríveis, inclusive para fazer um aborto o mais rápido possível (estava com 1 mês).


Saí do hospital sem chão, não sabia a quem recorrer, até parar na Igreja Bom Jesus. Conversei com o padre, contei tudo, chorei, e ele me aconselhou a não tirar meu filho, se bem que na minha cabeça isso já estava decidido: jamais faria o aborto.


E o padre me perguntou: “Crê em Deus?”.
Eu respondi: “Creio, padre”.
Ele falou então: “Dará tudo certo, confie”.


Quando voltei para a consulta com o médico, estava sentindo dores e meu pescoço começava a inchar. Fiz uns exames e ficou confirmada a volta da doença.


O desespero tomou conta de mim. Eu olhava para minha barriga e dizia: “Mamãe tá aqui”. Não me vinham outras palavras. Só conseguia repetir isso: “Meu filho, mamãe tá aqui”.


Enfim, estava ciente de que a doença havia voltado e que a minha gravidez seria uma luta.


Fiz o pré-natal num hospital de alto risco. Lá a minha doutora também falou no aborto e disse que a lei me daria total apoio nesse caso, pois era risco de morte.


[NOTA: Em nenhum caso, a lei dá apoio para o aborto. Em dois casos ela deixa de puni-lo, embora nunca o permita. Mas no caso concreto da Silvana, era o câncer e não a criança que estava causando risco de morte para a gestante. Vê-se como é grande a ignorância jurídica também no meio médico.]


Enfim, a pressão foi muita para que eu tirasse meu filho. Em toda consulta o médico me alertava dos riscos. E quanto mais eu demorasse a começar o tratamento, a minha doença iria evoluir cada vez mais e insistia para que eu desse início ao tratamento. Mas se eu começasse a quimioterapia meu bebê nasceria com alguma deficiência ou até morresse, pois a medicação era fortíssima. Mais uma vez eu disse não.


Nessa época eu estava com 4 meses e disse a ele que tentaria esperar até os 7 meses, porque assim teria alguma chance de o meu filho nascer com vida.


E assim fui levando a gravidez. Com muitas dificuldades pedia muito a Deus para que meu filho nascesse e com saúde.


Quando estava com 6 meses, o meu doutor falou que não daria mais para esperar para fazer a cesárea, pois minha doença estava agravando. Meu pescoço estava bem inchado, sentia dores, falta de ar.


Então ele escreveu uma carta para a doutora do pré-natal. A doutora leu a carta, porém achou melhor não fazer a cesárea naquele momento, pois o bebê só teria 50% de chances de nascer com vida. E pela médica, ela não anteciparia o parto, pois era muito arriscado para o bebê.


Enfim, não foi feita a antecipação do parto com seis meses. Porém, assim que completei os 7 meses fui internada para ter o meu filho. Fui pro hospital 2ª feira. E na 5ª feira, dia 27.02.2003, fui levada para a sala do parto. Estava nervosa, claro, mas tentava-me acalmar.


A cesariana foi feita, vi meu filho passando por mim, e vi que não era muito pequeno como eu imaginava. Estava emocionada. Chorei ao vê-lo bem. Ele chorava forte. Não acreditava bem naquilo que estava vivendo. Colocaram ele em cima de mim por apenas alguns segundos e o levaram. Eu fui parar na UTI, pois a minha pressão baixou demais.


Depois pensei comigo mesma: apesar de ter tido uma gravidez conturbada, de ter tido muitos medos e problemas, tudo estava bem agora. Meu bebê nasceu! E é perfeito.


No dia seguinte fui ver meu filho e, para minha surpresa, ele teve problemas. Apesar de ter nascido bem, com 2.425g e 46 cm, ele teve uma grande falta de ar. Colocaram ele na incubadora e nos aparelhos respiratórios. O estado dele era grave.


Na hora que recebi essa notícia quase desmaiei. Era triste ver meu bebezinho cheio de aparelhos. Ele ficou dependendo dos aparelhos por alguns dias. Depois foi melhorando, mas teve pneumonia e passou a tomar antibióticos. Isso ele ficou internado 21 dias. Por fim veio pra casa. No dia 19.03.2003 fui ao hospital dar alta para ele.


Após consultas no Inca, fiz uma bateria de exames e fui informada pelo médico que, devido à demora do tratamento, a minha doença se espalhou para outros órgãos; tinha-se agravado. No dia da alta do meu filho, eu fui internada para começar a quimioterapia. Fiquei no hospital uns 4 dias, e não via a hora de ficar em casa com meu filho.


Enfim, hoje ele está ótimo, saúde boa, engordando e crescendo normalmente. E estou feliz porque ele está bem.


Eu continuo meu tratamento. Serão 6 meses de quimioterapia e depois um transplante de medula, mas não desanimo. Eu rezo muito e confio que meu Deus é o Deus do impossível, e agora, mais do que nunca, tenho um motivo para lutar e vencer: meu filho.

Testemunho 01

Anouk
18 de julho de 2000 – 19 de julho de 2000

Em 18 de julho de 2000, nasceu nossa quarta filha, Anouk. Treze horas mais tarde ela veio a falecer. Hoje, tentarei descrever o que tivemos que passar com ela.


Tudo estava normal até a 20a semana de gravidez. Porém, quando fui submetida ao exame principal, o ginecologista observou um fibroma em meu útero, que poderia ser perigoso durante o parto. Como ele não estava se sentia seguro, encaminhou-me a um especialista no hospital CHUV. Fora o fibroma, estava tudo bem. Tudo, exceto a cabeça, pôde ser examinado pelo ginecologista, mas eu sabia que eles podiam examiná-la no CHUV. Assim, não me preocupei.


Duas semanas mais tarde fui visitar o especialista em ultra-sonografia, Dr. Vial. Embora ele não tivesse mencionado um fibroma, o exame foi mais longo do que o habitual. “Estou seriamente preocupado com a cabeça,” disse-me ele. “Seu bebê sofre de uma má-formação muito grave chamada anencefalia. Isso significa que estão faltando a calota craniana e a pele. O líquido amniótico danificou o cérebro, assim, o tecido celular está descoberto. Uma criança nessas condições não pode viver e, conseqüentemente, morrerá pouco depois do nascimento.”


Ele está convencido de seu diagnóstico e não há esperança de recuperação. “E agora?” Ele explica que eu ainda podia abortar se assim o desejasse. “Não, nem pensar.” Embora eu não possa compreender as conseqüências dessas palavras, estou certa de que não posso decidir sobre a vida ou morte, mas somente Deus pode. Além disso, Ele é Todo-Poderoso e pode operar milagres sempre que Ele quiser. Ao ouvir minha resposta determinada, o médico responde, “Cabe à senhora decidir.” O restante da gravidez e parto deveria ser OK. O único problema seria uma produção excessiva de líquido amniótico, mas fácil de ser controlada e paralisada. Tenho outras perguntas a fazer? Não sei o que está acontecendo comigo, se realmente estou vivendo essa situação ou se é simplesmente um pesadelo. Como é que posso fazer uma pergunta numa hora dessas? O médico diz também que posso telefonar para ele a qualquer momento e que posso fazer os outros exames no seu consultório.


Ao chegar a casa, debulhei-me em lágrimas nos braços do meu marido, Christophe. Primeiramente, ele se alivia por não haver nada de errado comigo, porque, ao contrário de mim, ele ficou preocupado com a minha própria saúde. Ao mesmo tempo, as notícias também são um choque e sem dúvida para ele também; temos que manter o bebê. Assim, decidimos de imediato não questionar a Deus os motivos dessa situação. Provavelmente, Ele nunca nos responderá e não queremos ficar amargurados.


Nossa filha mais velha, Anais, compreende rapidamente que algo está errado. Tento explicar para meus filhos que este bebê morrerá logo após o nascimento. “Vamos rezar e Jesus irá curar o bebê”. Certamente, é isso que geralmente lhes ensinamos a fazer, mas neste caso não estou certa de que Jesus quer fazer isso.


À noite, liguei para um de meus tios, que é médico, para obter mais explicações. Ele não pode me dar mais detalhes, exceto que uma criança anencéfala não pode viver. Entretanto, ele me encoraja a dar-lhe os mesmos direitos de qualquer outro bebê, e viver da maneira mais normal possível. Essas palavras me sacodem, uma vez que uma das minhas perguntas mais importantes após o diagnóstico era como eu poderia viver os quatro meses e meio que restavam da gravidez com um ser humano já condenado à morte.


A noite seguinte foi a pior da minha vida. Não podia dormir e pensava continuamente na situação. Isso explica porque acordei tão deprimida de manhã para cuidar dos
Também telefonei para a parteira, e assim como o meu tio, ela me encorajou a continuar vivendo normalmente e dar a esse bebê tudo o que daria a uma criança saudável; ela tem os mesmos direitos de receber amor e cuidados como qualquer outra criança. Deveríamos também aproveitar o tempo restante da gestação para nos prepararmos para o parto, para que tudo aconteça como desejamos. Ela me indicou um endereço na Internet sobre anencefalia (www.asfhelp.com). Pela primeira vez posso ver fotos de recém nascidos com anencefalia e os testemunhos dos pais afetados. Isso me ajuda a saber que não estou sozinha durante os dias subseqüentes. Pessoas que passaram pela mesma experiência, e não é uma maluquice total manter o bebê. Se o mundo não pode compreender a nossa decisão, Deus pode. A leitura diária de passagens bíblicas, que me tocam profundamente, me dá coragem e me ajuda concretamente. Uma certa manhã li o seguinte versículo:


“Pois é necessário que aquilo que é corruptível se revista de incorruptibilidade, e aquilo que é mortal se revista de imortalidade. Quando, porém, o que é corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal, de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: ‘A morte foi tragada pela vitória’. ‘Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?’ O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas graças a Deus que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.” (1 Coríntios 15: 53-57)


Essas palavras me ajudam a encontrar esperança e fortaleza. Uma vez que creio nessas palavras, serei capaz de enfrentar os meses seguintes com confiança. Não é a expectativa de um milagre que me ajuda a enfrentar tudo, mas a certeza da ressurreição e vida eterna do bebê. O que são oitenta anos de vida (se ela vivesse o curso médio da vida de uma pessoa) comparados à eternidade?


Para darmos ao nosso bebê um nome e desfrutarmos do tempo restante da melhor maneira possível, queríamos saber o sexo do bebê. No exame seguinte, o ginecologista me informa que estou esperando uma menininha. Decidimos que o seu nome será Anouk. Fora isso, a consulta é fraca. Tive a impressão que o médico realmente não me ouviu. Ele só quer dar a sua própria opinião e não quer admitir que já nos decidimos conservar o nosso bebê. Na opinião dele “pessoas normais” não podem pensar desse jeito. Decido que essa será a minha última consulta. Definitivamente iremos ao Dr. Vial, que é confiável e que aceita totalmente a nossa decisão.


Escolhemos Anouk porque gostamos desse nome. No princípio, não procuramos o seu significado. Mais tarde, descobrimos que Anouk deriva de Ann, que significa “graça”. Graça é algo que não merecemos, que não fizemos nada para merecê-la, mas que recebemos de qualquer maneira. Anais, o nome de nossa filha mais velha, tem a mesma raiz. Depois de ter sofrido dois abortos espontâneos, ela foi um presente precioso para nós. Mas agora será que é o mesmo presente? Sim, certamente é, mas de outra maneira. Deus nos deu algo especial e precioso: a Sua paz. Mesmo que tudo pareça conspirar contra nós, estou bem. Aceitei a morte de Anouk e isso não me amedronta mais. Sei que Ele é capaz de curá-la, mas não acho que Ele quer fazer isso. As pessoas à nossa volta tentam-nos encorajar com testemunhos de cura de outros bebês e, embora acredite nesses fatos, eles me esfriam. “Basta-te a minha graça,” diz Deus a Paulo quando este Lhe pede cura pessoal. Tomo essas palavras para mim mesma e vivo com elas. Opto por desfrutar cada momento desta gravidez, procurando senti-la mexer-se em meu útero. Ela se mexe muito! Cada único sinal é muito precioso para mim e percebo como me preocupo com ela a cada dia de sua vida. Por exemplo, quando não a sinto se mexer por um dia, pergunto a mim mesma: “E se ela estiver morta?” Então, sinto-me aliviada no chute seguinte.


Os seres humanos são diferenciados de diversos modos como, por exemplo, altura, inteligência, desempenho e duração de vida. Assim, muitas qualidades tipicamente humanas são compartilhadas com os animais: andar na posição vertical, o uso de ferramentas e até mesmo a linguagem. Muitos animais adultos são superiores às crianças e bebês humanos. Todavia, bebês são seres humanos da mesma maneira que adultos. A condição humana não aumenta ou diminui durante a vida. A pessoa em coma ou em estado vegetativo não é menos um ser humano do que uma pessoa sadia. E uma pessoa idosa é tão humana quanto um bebê. Ser um “ser humano” é a mesma coisa durante toda a vida. Porém, quando começa a vida? No nascimento? Certamente é um estágio importante da vida, mas após uma leitura atenta vemos que não é a natureza humana que está mudando, mas o meio ambiente. Há apenas uma resposta possível: toda pessoa é um ser humano desde o início. Se a condição humana é a mesma após o nascimento, ela deve ser a mesma antes. O ser humano não se desenvolve até se tornar um ser humano, mas como um ser humano. Esse desenvolvimento dura desde a concepção até a morte.”


Dr. Vial marca uma reunião com o neonatologista do CHUV. Podemos explicar a ele como vislumbramos a curta vida de nossa filha. Contamos-lhe nossos desejos, os quais ele aceita totalmente. Essa discussão me comove, pois de repente percebo que só faltam algumas semanas até o nascimento de Anouk. Em seguida, tudo se tornará uma realidade. O nascimento de um bebê com anencefalia geralmente não ocorre naturalmente, uma vez que o cérebro está faltando e os hormônios responsáveis não podem ser gerados. O Dr. Vial propõe um exame na 38a semana de gestação, porque nesta época o bebê está totalmente desenvolvido e só faz aumentar de peso. No início, sinto-me aliviada de ter uma gestação mais curta, mais quanto mais a data se aproxima, mais eu gostaria de continuar esperando até o último dia. O mais importante é que desejo que Deus conduza tudo em seu próprio tempo, para que tudo aconteça da melhor maneira para Anouk, para mim, para Christophe e para as crianças. Quanto mais fácil o parto ocorrer, melhor aproveitaremos o nosso tempo junto à Anouk. Assim, pensamentos práticos me preocupam: como iremos reagir à vista de uma cabeça ferida? Será que a Anouk será capaz de se alimentar?


“Dai glória ao Senhor dos Exércitos; seja a ele o vosso temor e o vosso tremor.” Isaías 8:13.


Depois de ler essa passagem, compreendo que não tenho que ter medo das minhas indagações, mas que posso me abrigar em Deus a qualquer momento. Ouço música bíblica e de louvor. Essas palavras me fazem lembrar da natureza de Deus e de suas promessas. Elas me ajudam a ver Anouk com os olhos de Deus, ou seja, com o coração.


Os últimos dias antes do parto são bastante difíceis. Cada hora parece uma eternidade e quase não posso pensar em algo que não seja o nascimento. Estou tão preocupada com ele que anseio estar sozinha numa ilha deserta. Além disso, as pessoas ao meu redor estão-me dando nos nervos, apesar de serem muito cordiais, perguntando como estou e sendo muito gentis comigo. Porém, gostaria de estar sozinha. Isso explica porque meu humor muda o tempo todo, passando de uma imensa alegria a profundos sentimentos de tristeza. Assim, sinto-me fisicamente bem e não há dor pré-natal. Ao invés disso, há paz. No nível espiritual, há uma luta permanente: estou preocupada e temerosa do que há por vir. Um parto normal nem sempre é agradável, mais nesse caso, também há a insegurança do que vai acontecer em seguida. De repente, tenho a impressão de que entendo como Jesus está sendo desencorajado e assustado no Getsêmani. Assim, Deus está aqui e embora nem sempre Ele nos permita evitar provações, Ele nos ajuda a suportá-las.


“Não vos inquieteis com nada. Mas apresentai a Deus todas as vossas necessidades pela oração e pela súplica, em ação de graças. Então a paz de Deus, que ultrapassa toda compreensão, guardará os vossos corações e pensamentos, em Cristo Jesus.” (Filipenses 4: 6-7)


Um dia antes da data devida, pedi à indução do parto ao Dr. Vial. Continuei esperando que o nascimento começasse por si mesmo, mas não posso esperar mais: é muito duro. Ao chegarmos ao hospital, em 18 de julho, um calendário bíblico nos dá as boas-vindas com o seguinte versículo:


“Mas eu sei também que aos que temem a Deus acontece o bem, porque eles o temem.” (Eclesiastes 8:12)


Que promessa! Todos os meus temores se desvanecem e, em lugar disso, uma paz profunda, que irá permanecer. E Deus responde às nossas preces: Anouk nasce às 17h21min após um parto normal, breve e direto. A parteira apenas coloca um gorrinho em sua cabeça e finalmente posso segurá-la em meus braços. Ela está viva! Será que ela vai começar a respirar? O mundo à minha volta pára e a coisa mais importante é a minha filha. Cada segundo com ela é tão precioso e somos tão gratos. Embora eu saiba claramente que ela vai morrer, estou tão feliz. A sala se enche de alegria ao nosso redor; alegria e paz. Anouk começa a respirar suavemente: incerteza no início, mas então de maneira mais e mais regular. Agora olho para ela mais atentamente. Ela é tão pequenina, principalmente sua cabeça. O gorro que tentei tricotar o menor possível ainda é bastante largo. Não quero olhar por baixo do gorro. Tento olhar para o resto de seu corpo. Vejo a minha filha, um bebê com uma terrível deformação, mas acima de tudo minha filha. Ela se parece com os três outros no nascimento. Poderíamos facilmente confundi-los com Anouk.


E então eles chegam; Anais, Max e Tabea vieram encontrar sua irmãzinha. Eles estão intimidados pela sala com todas as máquinas e se sentem inseguros porque a mamãe está deitada nesta cama branca e não pode levantar-se para saudá-los. Eles olham para Anouk cheios de curiosidade, fazem muitas perguntas, mas nenhum deles quer segurá-la. Ela parece tão estranha com a sua pele rosada. Tiramos muitas fotos para nos ajudar a lembrar dela mais tarde.


“Sua filha tem muita sorte por ser bem-vinda em sua família”, diz a parteira para mim. Ela nos agradece por ter permitido que ela estivesse presente no parto. O pediatra nos diz como a nossa atitude e decisão o impressiona. Sem testemunhar Deus, todos podem sentir a sua presença. Ele guiou tudo perfeitamente.


Após a visita de nossos pais, permaneço a sós com Anouk. Ela é surda e mesmo se ela abrir seus olhos azuis, ela é cega. Mas ela pode reagir ao amor que lhe comunicamos e sua reação é totalmente visível, uma vez que o amor é dado e recebido com o coração e não é preciso ter um cérebro para isso. Agora, estou pronta para dar uma olhada debaixo do gorro manchado de sangue. A ferida é horrível, mas pertence à Anouk e não me choca. A sala está tão calma e estou tão feliz por Anouk estar viva, mas devo confessar que ficarei aliviada quando ela morrer. Certamente ela não pode viver.


Mais ou menos às 2 h da manhã, ela começa a chorar e mal pode respirar. Chamo o pediatra, que limpa suas vias respiratórias. Então, ela se acalma, mas respira com crescente dificuldade e mais devagar do que antes. Pouco tempo antes das 6h30min da manhã, Christophe e eu rezamos juntos e colocamos a vida dela nas mãos de Deus. Ela respira mais uma vez e depois falece. Não preciso de um médico para saber que não há mais vida. Estou segurando um invólucro vazio em minhas mãos. Choro e choro, em parte porque estou triste, mas, principalmente, porque estou feliz de saber com certeza que a alma de Anouk agora está com Deus. Christophe chora também e isso me faz bem.


Antes de banhar e vestir Anouk, tiramos suas impressões das mãos e dos pés, porque é importante para mim ter tantas lembranças quantas possível. Mais tarde, sempre serei capaz de jogá-las fora, mas essa é a minha única oportunidade de recolhê-las. Depois disso, nada nos retém no hospital e nossos filhos precisam de nós em casa. Sabemos que não podemos fazer nada mais por Anouk. Choro ao sair do hospital. Continuo chorando no carro e, ao chegar a casa, quando Tabea nos pergunta onde está Anouk, começo a chorar novamente. Passo o resto do dia na cama com uma caixa de lenços de papel. Mas apesar disso, não posso parar de agradecer a Deus. Não há amargura nem lamentação e não me arrependo por um segundo nos últimos meses. Fico feliz apesar da minha tristeza porque “A morte foi tragada pela vitória.” “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas graças a Deus que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.” Agora posso compreender o significado da seguinte frase que uma senhora escreveu para mim durante a minha gravidez “Viver o amor nunca será um problema, mas sim o que tiramos dele.”


Demos todo o nosso amor a Anouk e agora podemos deixá-la partir.


Monika Jaquier


(agosto de 2000)