Pais, um espelho para os filhos



Pais, um espelho para os filhos

Uma nova geração começa em cada família


Ao observarmos as brincadeiras de nossos filhos, muitas vezes, vamos nos surpreender com a fiel representação daquilo que, sem perceber, costumamos fazer. Por via de regra, nas suas conversas e brincadeiras de “casinha”, estavam representando, no seu mundo de fantasia, nossos modos de pais. Sem muito esforço, perceberemos que até a nossa maneira de falar, gesticular ou de nos comportar à mesa são fielmente reproduzidos pelas nossas crianças como se estivéssemos vendo a nossa versão em miniatura.



As brincadeiras dos meninos, freqüentemente, estão representando as responsabilidades dos pais, através de um personagem que sai para trabalhar de carro, de ônibus ou a pé. As meninas são normalmente as mães que se dedicam a manter a casa arrumada, a preparar a comida, a cuidar do bebê… Em outros casos, certamente, esses personagens podem ganhar um outro “script” como uma mulher empresária, uma professora, médica, entre outros. Tudo dependendo da realidade da família da qual as crianças fazem parte e de sua fértil imaginação. Em algumas circunstâncias, os pais poderão ouvi-las repreendendo suas “filhinhas” com as mesmas palavras que comumente elas são, também, repreendidas. Que nenhum pai tenha o desprazer de assistir suas crianças esbofeteando suas bonecas!



Se analisarmos um pouco, facilmente perceberemos que muitos dos nossos valores foram adquiridos por meio do testemunho de nossos pais. Ainda que não tivéssemos contemplado somente os bons exemplos, na nossa decisão infanto-juvenil, “intencionávamos” ser diferentes com nossos próprios filhos. Mais que um canal da provisão em casa, nossos pais estavam refletindo um modelo de comportamento.



Hoje, temos a graça de “consertar” em nós algumas coisas que vivemos e experimentamos como filhos, para que mais uma geração não venha a sofrer as mesmas dores. Sem dúvida, mais que super-heróis, os pais são, para os filhos, os modelos mais próximos que lhes transmitirão o senso de responsabilidade, respeito, idoneidade, espiritualidade, entre outros. Acredito ser muito difícil a cobrança de um determinado comportamento, quando os pais não foram os canais para alguns desses valores.



Assim como lembramos os gestos de nossos pais, lembramo-nos também dos momentos em que não seguimos, tão retamente, o que nos foi ensinado. “Os acidentes de percurso”, dificuldades e algumas crises na educação de nossos filhos, nós também vamos enfrentar.


A certeza que podemos acalentar é que os valores fecundados na essência de nossas crianças são irrevogáveis e, certamente, serão transmitidos para outras gerações, que seguramente, não chegaremos a contemplar.



A nossa pequena família é um espelho de formação para outras e poderá ser a graça estendida até a nossa milésima geração.



Deus abençoe a semente de uma nova geração que começa em cada família.



José Eduardo Moura
webenglish@cancaonova.com
Missionário da Comunidade Canção Nova, trabalhando atualmente na na Fundação João Paulo II no Portal Canção Nova.