As causas e conseqüências das dificuldades em torno da sexualidade no casamento.
Quem casou para não ser feliz?
Através da pesquisa realizada no inconsciente pelo método ADI (Abordagem Direta do Inconsciente) constata-se que a pessoa quando faz a escolha pelo matrimônio somente alcança a verdadeira felicidade quando está voltada para o outro e não para si mesma, pois o ser humano existe para o outro.
Assim, o casamento é o encontro de duas pessoas que se unem para fazer o outro feliz e ao verem a felicidade do seu companheiro encontrem a sua.
Porém, inúmeras pessoas vivem num grande engano de querer encontrar a sua felicidade sozinha, e começam a cobrar o amor numa atitude egoísta em vez de dá-lo. Quem não dá amor não recebe amor. Aliás, recebemos aquilo que damos. Então se quisermos receber amor deveremos dar amor, se não dermos amor receberemos tudo, menos o amor.
O sexo foi criado por Deus para a felicidade do ser humano desde que vivido na sua dimensão para a qual existe dentro do ser humano. Já escrevi noutro artigo e vale a pena relê-lo sobre o amor conjugal para que você possa entender melhor a importância deste aspecto na vida conjugal. O sexo é a experiência da doação, onde um mais um não são dois, mas um, onde homem e mulher podem fazer deste momento um encontro profundo de comunhão. Esta comunhão é tocada somente se este encontro for de profunda entrega no intuito de fazer o outro feliz.
Na maioria das vezes os casais não vivem nesta dimensão de plenitude, porque possuem problemas psicológicos, os quais bloqueiam a sua capacidade de expressar o amor.
Vou percorrer um caminho com você para ajudá-lo(a) em seu matrimônio, para isto,
relato um trecho de terapia onde o inconsciente revela as causas e as conseqüências dos problemas conjugais na área da sexualidade.
P. A mãe está cozinhando, e o pai chega reclama da comida que não está pronta. Xinga e fica bravo porque a mãe atrasou com o almoço.
T. O que houve antes que nos ajuda a entender porque o pai reagiu assim?
P. O pai vê a mãe lavando roupa, limpando a casa e fica bravo porque a mãe dá mais importância para a casa do que para ele.
T. Tem um antes que nos ajuda a entender a reação do pai, porque isto é uma interpretação dele.
P. Ele vê a mãe cuidando dos filhos, ela dá comida para minha irmãzinha e ele fica com ciúmes pensa: ela ama mais as crianças do que a mim, estou em 2o plano.
T. Isto é uma interpretação do pai, fale ao seu inconsciente que tem um antes onde tudo começou.
P. Estão no quarto, o pai procura a mãe para uma relação e ela recusa, vira de costas e fala que está cansada.
T. E o pai como reage?
P. Fica bravo, triste, vira de costas e pensa: ela não me ama, sou um fraco, incapaz de amá-la, de despertar alegria e prazer nela. Sou incapaz de fazê-la feliz
A maioria dos homens quando vivenciam esta rejeição acolhem o problema como sendo deles, eles assumem como sendo eles a causa do desamor dela.
Entende que ela não o ama.
Diante deste fato o homem tem reações e em cada um se expressa de uma maneira diferente dependendo da sua estrutura psicológica, espiritual, de seus registros e seus condicionamentos que carrega de sua infância ou gestação. Em alguns casos o homem reage com agressividade, outros ficam calados no dia seguinte, não ajudam,´pois sentem-se inúteis, outros saem com os amigos, outros vão beber para esquecer, outros procuram outra mulher, na maioria das vezes esses que procuram outra não é com o interesse de trair a esposa, mas para saber se têm problema ou não, muitas vezes a mulher traída é a outra e não a esposa, pois ele não a esquece, o problema é quando passa a receber o amor que a esposa não expressa por possuir problemas psicológicos; o que vamos ver a seguir, outros saem com amigos porque sentem-se acolhidos e amados por eles, outros se enterram no trabalho, ele chega tarde em casa e a esposa está pronta para brigar, assim ele entende que é amado, pois passa ser a forma como ela expressa ou deixa o amor sair, na briga ela mostra que sente falta dele. Assim a mulher reage e o que acontece é o que chamamos de jogo conjugal, como um jogo de ping-pong, um atinge o outro cobrando amor e não dando amor.
Então, muitos casais brigam não porque o amor acabou, mas porque têm problemas de ordem psicológica e não da ordem do amor como já falei em outros artigos.
Daí o homem reage e a mulher se magoa com sua reação, e não sabe ela que é conseqüência de seu fechamento ao amor. Claro que se a reação do homem for fora do normal é porque ele também tem registros negativos que se acionam com o desamor dela e que precisam ser tratados também.
Vale dizer que a natureza do homem não foi feita para trair, ser estúpido, dar preferência aos amigos, não ajudar, pelo contrário, o homem se realiza ao lado de sua esposa e seus filhos. É o que ele quer e deseja. Diante desses fatos me adianto em uma pergunta: a solução está na separação, ou no esforço de cada um em buscar as soluções para as dificuldades? Pois estes bloqueios também são levados para outro relacionamento. E as pessoas pensam que a separação resolve um problema, pelo contrário cria-se mais outros tantos problemas.
Continuamos o relato do caso acima:
T. E o bebê como reage no útero?
P. Se encolhe, (como é uma menina) conclui: meu pai é mal, não ama minha mãe, os homens são maus, não vou amá-los, vou ser distante, vou ser como a mãe. Não vale a pena amar pois amar faz sofrer…
Comentário:
Se é um menino no ventre da mãe, ele pode se identificar com o pai, concluir que é mal, e para não ser mal decide não ser homem. Noutros casos vemos o menino concluindo que não presta, que é incapaz como o pai, que vai ser distante das mulheres para não faze-las sofrer, daí surgem os problemas por exemplo com a identidade sexual, homens que abandonam, homens que não assumem compromissos, e assim por diante.
Isto não é uma regra, somente aproveito do exemplo para mostrar como seriam as conseqüências no homem, se fosse o bebê um menino.
T. Como essas decisões se expressam na sua vida?
P. O inconsciente mostra esta paciente se afastando sexualmente de seu marido.
P. 03. É o 3º mês de gestação, ou seja, quando sua mãe estava na barriga da avó.
P. Vô chegou em casa bêbado, e a avó discutiu com ele.
T. O que aconteceu antes dele beber?
P. Ele foi dar um abraço nela na cama e ela empurrou ele.
T. O que o seu avô concluiu?
P. Sou um nada, impotente, incapaz…
Veja -se que aqui o avô entende que ele não é amado e é incapaz. Muitas vezes o homem transfere esta incapacidade para sua área profissional, relacional e social, bloqueando até o sentido de sua vida.
Claro que este avó tem um problema para precisar beber após uma rejeição sexual, fomos atrás do problema do avô que se acionava nele pela rejeição de sua esposa. Não vou relatar aqui para não me estender muito, e não fugir do meu objetivo.
Fomos investigar o que ocorreu, apareceu um estupro com uma menina de 12 anos. Esta concluiu que todos os homens são iguais, não prestam, não AMAM, e transmitiu às gerações futuras a não confiar nos homens, não amar porque o amor faz sofrer, que as mulheres são vítimas, usadas e objeto e que os homens só pensam em sexo, e que sexo é pecado, nojento e ruim.
Perguntei como isto se expressa na avó, na mãe e nela?
O inconsciente respondeu: avó, a mãe e eu pensamos que nossos maridos nos procuram somente para sexo, e sexo como sendo algo agressivo, nocivo, pecado e não para o amor, que eles são maus como aquele antepassado, que eles querem nos usar…
A partir de um fato desses se lança aos descendentes que todos os homens são iguais e se separa o sexo do amor, e as mulheres passam a ver o sexo, a aproximação do homem como interesse sexual, como uma maldade, e não uma aproximação para o amor. Há dessa forma uma distorção do sexo, da afetividade, e as mulheres passam a rejeitar seus maridos como se estivessem rejeitando ou se vingando daquele homem que cometeu aquela maldade lá atrás com aquela menina.
Veja, que este condicionamento na maioria das vezes não permite a mulher expressar o amor, ela ama seu marido, seu companheiro, mas não demonstra.
É um grande sofrimento para a mulher.
Estes condicionamentos atingem os homens refletindo-se em problemas neles também. Muitas vezes a mulher rejeita ou acusa o homem para que este lhe dê motivos para ela brigar e rejeitar ou ter até a desculpa para não amar e separar-se. Ela não faz isso consciente, é inconscientemente.
Daí parte-se para a decodificação desses condicionamentos e registros negativos que se herdou de gerações atrás, para que a nível de inconsciente a pessoa seja livre e possa ver em seu companheiro o homem verdadeiro que existe dentro dele, o homem capaz de amar e ser amado, que na maioria das vezes ela está fechada e olha para seu marido com a interpretação dos seus condicionamentos, que carrega de sua infância, gestação, e ou antepassados.
Deus colocou no homem e na mulher a mesma capacidade de amar, porém fez o homem como um botão de rosa fechado e a mulher como um botão de rosa aberto, para que eles se complementassem.
O homem ama na medida em que se sente amado, e se a mulher for fechada ele permanecerá fechado também, e fechará seus filhos. Portanto a mulher tem um papel fundamental na expressão do amor de seu esposo, quero dizer, para que ela se sinta amada é preciso amar.
Costumo dizer, como expressei acima, que o homem é como um botão de rosa fechado e a mulher como um botão de rosa aberto por causa da maternidade, portanto o botão da rosa do homem se abre quando é tocado pelo amor da esposa, da mãe, se ela é fechada no amor, o botão permanecerá fechado. O homem, ele aprende a amar com a mãe, se esta mãe era fechada no amor consequentemente ele também o é, e depois o inconsciente o acessorará a buscar uma esposa que seja a continuidade afetiva de sua mãe.
Os problemas na mulher por não amar muitas vezes aparecem através de somatiizações de doenças em seu organismo, problemas psicológicos, etc.
É importante que o homem, seu companheiro, a ajude a identificar tais bloqueios para que possam juntos fazer este caminho do amor, e não bloqueiem o percurso do amor que um dia nasceu neles, ou a semente que foi lançada nos seus corações.
Então a solução para os seus problemas não está nas discussões, brigas e separação.
Muitas vezes esses condicionamentos levam a mulher ou homem a idealizar uma pessoa, e não se permite encontrar com esta que está ao seu lado, pois transfere para ela todos os condicionamentos de seu inconsciente, não se permitindo ver que este ou esta que está ao seu lado é a pessoa ideal e perfeita.
Vale a pena tirar essas cortinas que fecham nossos olhos, ouvidos, pensamento e coração, para vermos, percebermos e sentirmos que estamos com a pessoa certa.
O casamento dá certo para quem se esforça, para quem quer que dê certo, e o primeiro passo é buscar a minha mudança, e não a do outro, pois o outro muda a partir do meu amor e da minha mudança, e não da cobrança.
Basta boa vontade de se ajustar, vale a pena pelos seus filhos e pelo amor que um dia os uniu e que foi semeado e brotado dentro de cada um. Este amor não acaba ou vai embora, ele fica escondido a espera de ser encontrado novamente.
Deus fez tudo perfeito, nós que complicamos. Então vamos descomplicar? Começando por mim mesmo? O outro mudará a partir de minha mudança.
Liseane C. Almada Selleti.