Descaso com a adolescência
Anticoncepcional na pele.
Nossas autoridades não têm algo mais ético e mais humano para oferecer?
É impressionante o descaso e o desrespeito com que está sendo tratada a adolescência no Brasil, em relação à vida sexual. Em Fortaleza (CE), uma médica pediatra me informou que meninas são incentivadas a engravidar para ganhar a Bolsa Família. Agora, a Prefeitura de Porto Alegre (RS) iniciou um programa de implante de anticoncepcionais para prevenir gravidez prematura em 2.500 adolescentes de 15 a 18 anos, escolhidas por critérios de renda. (fonte: agência Folha de São Paulo, Léo Gerchmann, 28 nov 06).
A iniciativa é uma parceria entre a gestão municipal e a ONG Instituto da Mulher Consciente. Não sei que consciência é esta que se quer dar à mulher, e mais especificamente à adolescente.
O anticoncepcional que será aplicado nas adolescentes pelo programa previne a gravidez por três anos. São utilizados bastonetes flexíveis de 4 cm. O implante ocorre com uso de anestesia local, sob a pele da parte anterior do braço da mulher. Com ele, o bastonete libera na corrente sangüínea, diariamente e por três anos, a dose de hormônio para inibir a ovulação.
Pergunta-se: que conseqüências esse medicamento terá para a saúde dessas meninas?
Diz a reportagem da Folha que uma especialista responsável pelo setor de doenças sexualmente transmissíveis da Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul, “mostrou preocupação quanto a um eventual relaxamento no uso de preservativos pelas adolescentes do programa”. Quer dizer, já não bastava a distribuição promíscua de preservativos para que as meninas façam “sexo seguro” à vontade, agora se estabelece mais um meio de impedir a gravidez, além da já conhecida abortiva “pílula do dia seguinte”.
Será que nossas autoridades não têm algo mais ético e mais humano para oferecer às nossas adolescentes, especialmente as mais pobres, a não ser tratá-las como meros animais de reprodução, que podem fazer sexo a vontade, mas sem o perigo de engravidar? Será que essas meninas não têm o direito de serem olhadas como dignas criaturas de Deus?
É óbvio que com este “medicamento” que previne a gravidez por três anos, muitas adolescentes sem orientação moral, sem pais que as acompanhem, vão fazer do sexo um meio de “vida fácil”. É um paradoxo terrível: de um lado os governos querem coibir a prostituição da menor, o que é correto, mas de outro lado abrem as portas para que elas vivam a vida sexual sem compromisso, fora do casamento e sem responsabilidade. Nunca vi um incentivo tão imoral ao sexo fora do plano de Deus.
O homem não é apenas um corpo; tem uma alma imortal, criada para viver para sempre na glória de Deus. Desgraçadamente a nossa sociedade promove hoje o sexo acintoso, sem responsabilidade e sem compromisso, e depois se assusta com as milhões de meninas grávidas, estupros, separações, adultérios, etc. É claro, quem planta ventos, colhe tempestades.
Isto é imoral e decadente. Não estamos trabalhando com animais, mas com pessoas cuja dignidade é a de filhos de Deus, criados à sua imagem e semelhança.
A moral e a ética exigem ensinar aos jovens o auto-controle de suas paixões, vencer a AIDS pela castidade, e não pelo uso vergonhoso da “camisinha”, que incentiva ainda mais a imoralidade.
Felipe Aquino