O amor é possível, assegura Bento XVI aos jovens do mundo
Em sua mensagem por ocasião da Jornada Mundial da Juventude 2007
CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007 (ZENIT.org).- Bento XVI enviou uma mensagem aos rapazes e moças do mundo, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude 2007, na qual se propõe um único objetivo: mostrar-lhes que o amor é possível.
«Cada pessoa sente o desejo de amar e de ser amado. Contudo, que difícil é amar, quantos erros e fracassos deve-se registrar no amor! Há quem inclusive chega a duvidar se o amor é possível», reconhece o Santo Padre em sua carta.
«Mas se as carências afetivas ou desilusões sentimentais podem fezer-nos pensar que amar é uma utopia, um sonho inalcançável, devemos nos resinar?», pergunta o bispo de Roma.
«Não! — responde. O amor é possível», e explica que o objetivo de sua mensagem consiste em «contribuir a reviver em cada um de vós, que sois o futuro e a esperança da humanidade, a fé no amor verdadeiro, fiel e forte».
«Um amor que gera paz e alegria; um amor que une as pessoas, fazendo-as sentir-se livres no respeito mútuo», declara na mensagem por ocasião da Jornada que se celebrará no mundo, no âmbito diocesano, no próximo Domingo de Ramos, 1º de abril.
A carta papal ilustra três momentos ou realidades que permitem aos rapazes e moças do mundo chegar ao «descobrimento» do amor.
Em primeiro lugar, o Papa lhes explica que Deus é a «fonte do amor». «Deus é amor» diz o Papa, citando a primeira carta de João (4, 8. 16); isso «não quer dizer só que Deus nos ama, mas que o próprio ser de Deus é amor».
Em segundo lugar, Jesus constitui a revelação plena do amor de Deus.
«Como o Deus-Amor se manifesta a nós»?, pergunta o Papa; e responde: «Ainda que na criação já estão claros os sinais do amor divino, a revelação plena do mistério íntimo de Deus se realizou na Encarnação, quando o próprio Deus se fez homem».
«Em Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, conhecemos o amor em todo o seu alcance», insiste.
«A manifestação do amor divino é total e perfeita na Cruz, indica, citando São Paulo, quando diz que ‘a prova de que Deus nos ama é que Cristo, sendo nós ainda pecadores, morreu por nós’».
«E mais — insiste –, o Crucificado, que depois da ressurreição leva para sempre os sinais da própria paixão, destaca as ‘falsificações’ e mentiras sobre Deus, que se ocultam sob o manto da violência, a vingança e a exclusão.»
«Cristo é o Cordeiro de Deus, que carrega o pecado do mundo e erradica o ódio do coração do homem. Esta é sua verdadeira ‘revolução’: o amor.»
O Papa chega assim ao terceiro momento de sua reflexão ou realidade com a qual quer que os jovens descubram ou redescubram o amor: a experiência do amor de Cristo deve levar a «amar o próximo como Cristo nos ama», afirma.
«Já no Antigo Testamento, Deus havia dito: ‘Amarás teu próximo como a ti mesmo’ — recorda –, mas a novidade de Cristo consiste no fato de que amar como Ele nos amou significa amar todos, sem distinção, também os inimigos, ‘até o extremo’.»
A carta conclui ilustrando «o segredo do amor», ou seja, o «indispensável apoio da Graça divina».
«Só a ajuda do Senhor nos permite fugir da resignação frente à enormidade da tarefa a levar a cabo, e nos infunde o valor de realizar o que humanamente é impensável», indica.
E para isso, recomenda aos jovens que descubram a Eucaristia, «a grande escola do amor».
«Quando se participa de forma regular e com devoção da Santa Missa — explica –, quando se transcorre, em companhia de Jesus eucarístico, prolongadas pausas de adoração, é mais fácil compreender a largura, a longitude, a altura e a profundidade de seu amor, que excede todo conhecimento.»
O Papa se encontrará com todos os jovens do mundo de 15 a 20 de julho de 2008 em Sydney (Austrália) por ocasião da Jornada Mundial da Juventude (http://www.wyd2008.org).
ZP07020505