Amizade nos sacraliza
Uma amizade parte do princípio da comunhão de duas pessoas
Sempre acreditei no valor de uma amizade. Amizade é algo tão sagrado ao coração de Deus, que Jesus teve seus amigos, e fez questão de manifestar a importância deles em sua vida – mais do que com palavras –, mas com atos. Foi por Lázaro, seu amigo, que Ele chorou e demonstrou o mais íntimo de sua humanidade: Ele o amava (João 11,5).
Jesus nos deixa o exemplo e nos mostra o quanto um amigo é importante em nossas vidas. Era na casa de Lázaro, em Bethânia, que Ele descansava e ia para se refazer e se refugiar.
Uma amizade parte do princípio da comunhão de duas pessoas. Comunhão que não depende da mesma forma de pensar, de semelhanças, mas que depende de uma comunhão de coração acima de tudo. Um amigo mais que alguém parecido com você, é alguém que tem a capacidade de enxergá-lo como você é. De perceber no seu “lindo sorriso” a tristeza de sua alma. De perceber que – mesmo com medo – você é capaz de ir adiante, de ir além. De lhe mostrar os caminhos e acompanhá-lo quando estes se tornarem mais difíceis, estando sempre pronto para levantá-lo quando você cair.
Diante de uma amizade verdadeira corremos um grande risco: o risco de crescer. Uma amizade verdadeira nos faz deparar com nossas limitações, mas acima de tudo nos encoraja a ir além delas.
No olhar, você pode perceber uma amizade. Por isso, não precisa ser proclamada, percebe-se. Esse perceber passa além do proclamar, do ver junto e do estar junto. Percebe-se no jeito de falar, no olhar preocupado, na ansiedade da chegada e na dor da partida.
A distância e o tempo não são empecilhos. Se os amigos permanecem longe um do outro parece que é uma eternidade, mas quando se encontram parece que foi ontem a última risada. É o coração que determina, é ele que faz o tempo parar ou correr diante de um amigo.
Mais que saber ser amigo na dor, um amigo sabe sê-lo na alegria. Ele se alegra com as vitórias e realizações do outro. Ele chora junto, sofre junto, espera junto, ama junto.
Deus me concedeu a graça de ter poucos, mas grandes amigos. Pessoas que são capazes de entrar no que há de mais sagrado em mim e tirar o melhor. De me levantar quando caio e de sempre me mostrar o horizonte. Quando sofro, sofro com eles e por eles. Quando me alegro é a alegria deles que me emociona. É com eles que experimento o amor e o cuidado de Deus.
Um amigo é algo sagrado ao coração de Deus. A amizade nos sacraliza. Obrigado, amigo, por fazer parte do que há de sagrado em mim.
Renan Felix
webeventos@cancaonova.com