Castidade
Sexualidade, relacionamentos e vida de oração
O que fazer para cultivar a castidade, pureza e a santidade?
Para cultivar a castidade, a pureza e a santidade, o alicerce da sua casa precisa ser a vida de oração, como uma planta que recebe da sua raiz vida, força e vigor.
Essa vida não acontece com uma oração, com um terço de vez em quando, indo à missa somente aos domingos… Para homens e mulheres que assumem o compromisso de conversão, não é mais possível ir às missas só aos domingos. Com a sede de Deus que temos, precisamos buscar outras oportunidades para receber o alimento que nos guarda e nos prepara para o Céu: a Eucaristia.
A confissão precisa acontecer sempre que necessário. Depois que nos encontramos com Deus, não podemos continuar tendo idéias como: “Não vou me confessar porque o padre é um pecador como eu”. O que importa é a graça que a Igreja concedeu àquele homem de Deus através do sacramento da ordem, dando-lhe, em nome de Deus e da Igreja, o poder para perdoar os nossos pecados.
Durante algum tempo levei minha vida me confessando todo mês. Depois vi que era hipocrisia da minha parte, pois deveria me confessar sempre que necessário, e não esperar completar um mês para fazê-lo.
Aprendi que aquele que se confessa várias vezes, há anos, o mesmo pecado não é um fraco, mas um lutador. Está na luta, está agüentando firme. Continue se confessando e recebendo a cura, a graça de que você precisa. Fraco é quem se afasta da confissão porque não tem coragem suficiente para acusar-se diante de Deus que é amor. Se não tomarmos cuidado, vamos levando nossa espiritualidade de qualquer jeito.
Inventamos mil motivos para não ter profundidade na nossa vida espiritual, que é de fato aquilo que nos dá sustento. A boa semente que você recebeu precisa ser cuidada e a primeira coisa a fazer é resolver a sua vida de oração.
(…) Sua vida de oração precisa ser crescente. Chega de altos e baixos. Você precisa decidir o que quer fazer com o Deus da sua vida. Eu não durmo sem a Palavra de Deus, é uma regra para mim. Posso estar extremamente cansado, seja por qual for o motivo, na minha casa não tem cama sem Bíblia. A decisão de ter uma vida de oração muda radicalmente nossas vidas.
Não pense que você já está suficientemente forte para enfrentar este mundo em que vivemos. Acredito na espiritualidade que faz crescer quando me faz desligar a televisão e ir para o meu quarto rezar com a Bíblia. Acredito na espiritualidade quando meu amigo me telefona e diz: “Vamos sair? Vai ter um programa legal” ou “Vamos para um baile? Depois dormimos na casa de um colega”. E eu digo: “Olha, me desculpe, mas não fiz meu estudo bíblico ainda. Podia até ir, mas pode deixar para a outra semana?” Talvez possamos perder esse amigo, mas não acredito em nenhuma outra espiritualidade que não cresça dessa forma.
Deus toca naquilo que de fato nos faz feliz: nossa capacidade de amar. Você deve conhecer pessoas que possuem muito dinheiro, muitos bens, mas que não se tornaram amor e por isso são frustradas e infelizes. Deve conhecer também pessoas muito simples, algumas sem dinheiro, que tiveram uma vida pobre materialmente e nem tiveram o que comer, mas foram muito amadas e são pessoas íntegras. Você deve conhecer muitas pessoas que conheceram o mundo inteiro, viajaram, falam cinco idiomas e conversam sobre muitos assuntos, mas que não possuem o brilho nos olhos e o sorriso nos lábios. Essas pessoas não fizeram a experiência do amor.
(…) Se você não teve muito afeto, gerando em você carências, e com isso aconteceram as experiências sexuais com pessoas do mesmo sexo, despertando em você esse interesse, saiba que a luta é grande. O mundo manda fazer sua opção porque você é livre. É uma pressão enorme sobre sua pessoa. Mas, é preciso entender que sua íntima decisão de buscar a cura é fundamental. Não importa o fundo do poço no qual você se encontra é preciso decidir-se.
Não tenha medo e afaste-se das pessoas que alimentam em você todo e qualquer desregramento na sua afetividade e sexualidade. Sua luta será enorme. Mas também sua coroa será enorme.
.: Trecho do livro: A cura da nossa afetividade e sexualidade, Comunidade Canção Nova
Ricardo Sá