A verdadeira felicidade


Muitos descrevem só encontrar a felicidade por meio de bens materiais


Como você definiria felicidade? Algumas pessoas dizem ser o prolongamento do prazer ou um estado constante, quase permanente, de alegria, euforia, contentamento. Porém o que pode parecer objeto de felicidade para alguns não o é em absoluto para outros.



O certo é que a maioria das pessoas busca estar o máximo de tempo possível neste estado de felicidade. Muitos descrevem só encontrar a felicidade por meio da aquisição de bens materiais, isto é, ganhar muito dinheiro e poder realizar seus “sonhos de consumo”.



Afinal, ter dinheiro pode tornar uma pessoa feliz? De fato, estudos comprovam que o dinheiro pode contribuir para a melhoria dos níveis de satisfação, mas só por algum tempo. A euforia dos que ganham grandes boladas, subitamente, geralmente não dura mais que dois anos. E aqueles que já nasceram em “berço de ouro” já não dão tanta importância assim a isso.



Pesquisas também revelam que a felicidade tem pouco a ver com a riqueza ou com outros fatores externos. Elas revelam até mesmo o contrário: pessoas felizes demonstram menos dependência de bens materiais ou de circunstâncias externas. O segredo dessas pessoas é não se apoiar na busca ininterrupta de prazer ou mesmo na felicidade instalada no futuro ou no passado, mas na vivência do presente, e como dizia Comte-Sponville: “A sabedoria é viver de verdade, em vez de esperar viver”.



Elizabeth Lukas* diz que não é preciso experimentos onerosos para entender que uma pessoa só consegue ser feliz com a ajuda de outras pessoas. Estatísticas revelam que o bem-estar geral das pessoas que vivem em par ou em família é muito maior. Nem o trabalho, nem a profissão, tampouco as metas individuais, nem mesmo as amizades e os conhecimentos compensam o que a união familiar e a religião oferecem ao ser humano.



E abrindo-se ao relacionamento, isto é, não temendo se doar é que a felicidade acontece. É próprio da natureza humana precisar do outro para ser feliz, pois a “felicidade é uma porta que se abre para fora, quanto mais se tenta puxar para si, mais fechada ficará.”



Psicóloga CRP 06-69253


Membro da Comunidade de Aliança Canção Nova.


e-mail: maracn@itelefonica.com.br


*(Elizabeth Lukas é psicóloga, e autora de vários livros, dentre os quais “La felicidad en la familia” no qual é abordado o tema tratado neste artigo).


Mara Silvia Martins Lourenço
mara_cn@yahoo.com.br



 

Quero um casamento feliz


Quero um casamento feliz

No relacionamento conjugal será necessário romper com o individualismo


É estranho perceber que muitos casais, mesmo quando já têm anos de convivência, vivem como se não houvesse um compromisso comum entre eles. Sabemos que deixamos marcas sensíveis daquilo que somos e, em muitos outros casos, absorvemos os modos daquele com quem convivemos. A partir dessas experiências, ficamos mais comprometidos com aqueles que estão ao nosso lado, por meio da cumplicidade comum que rege nossos relacionamentos.



Para os recém-casados, temos a impressão que todo o tempo do mundo seria pouco para viverem a realização dos projetos idealizados a dois. Com o passar do tempo, alguns casais deixam de lado o zelo, o cuidado pelo outro, e o projeto de “viver felizes para sempre” parece ser ofuscado em função das dificuldades pertinentes ao convívio ou talvez pela grande importância dada a fatores de menor relevância.



Se para se estabelecer fortes laços de amizades precisamos “quebrar o gelo”, da mesma forma, dentro de um relacionamento conjugal será necessário rasgar a película do individualismo, dos melindres e rancores, entre outros problemas que poderão surgir com as tribulações no comum do dia-a-dia. Com isso, nos deixamos ser influenciados pelas experiências, conceitos, entendimentos e razões do outro. Muito mais que apenas dividir as obrigações e responsabilidades comuns da vida conjugal, deve se estar o desejo de compor uma nova história de vida com a participação especial daquele(a) a quem amamos.



Observando os casais transeuntes em ambientes públicos, facilmente diferenciaremos os namorados dos casais que já vivem, há algum tempo, o matrimônio. Até podemos ficar escandalizados com os namorados mais apaixonados, que trocam carícias de maneira desenfreada, esquecendo-se de que estão em ambiente público. Em outras ocasiões, poderemos ser surpreendidos com gestos de carinho de outros casais que aparentam ter anos de convivência. Com poucos cabelos e esbranquiçados pelo tempo, ainda cultivam a alegria de propiciar ao outro o hálito do amor partilhado na simplicidade de um beijo.



Alguns casais ainda sabem proporcionar um ao outro a segurança por meio das mãos entrelaçadas, mesmo que já não detenham a mesma vitalidade das forças de antes. Para eles, se fossem interpelados com a sentença do cônjuge: “O que sou para você?” Certamente a resposta seria alguma coisa parecida com “Você é o melhor pedaço de mim!”



Talvez alguns casais não tenham uma resposta para a simples pergunta do cônjuge: “O que sou para você?” Mesmo que quem esteja lhe perguntando isso não seja um estranho, mas alguém a quem se conhece muito bem, e está ao seu lado por muito tempo. Pois, mesmo convivendo sob o mesmo teto, dividindo a mesma cama, muitos não participam da vida um do outro como se fossem um.



Talvez, os bilhetinhos apaixonados em um pedaço de guardanapo, ou o beijo de “bom dia” somado com o desejo de se comprometer com o cônjuge naquilo que contribui para a sua felicidade, possa ser o começo para fazer com que o outro se apaixone novamente. A cada manhã será necessário reviver as atitudes que, um dia, conquistaram a atenção e o amor do outro. Dificuldades todos os demais casais também viveram e souberam superar quando, somado aos seus esforços, depositaram a confiança n’Aquele que os uniu.



Um abraço, Deus nos abençoe com o romantismo renovado.



José Eduardo Moura
webenglish@cancaonova.com
Missionário da Comunidade Canção Nova, trabalhando atualmente na na Fundação João Paulo II no Portal Canção Nova.


 

Conseqüências da separação


Alguns casais chegam a considerar a separação conjugal como solução


Bom seria se, por todos os nossos dias, acontecessem somente coisas que tínhamos projetado viver. No entanto, toda opção contrária à nossa vontade traz para a nossa realidade o compromisso de assimilar o novo.



É sabido que muitos casamentos correm riscos de um desfecho nada parecido com as alegrias que pensavam viver. Infelizmente, alguns casais chegam a considerar a separação conjugal como a solução de seus problemas, embora tenham feito o voto de viver juntos por toda a vida. Diante das exigências do relacionamento, podem querer abandonar o compromisso assumido, desejando, assim, recuperar o tempo que acreditam ter perdido, saindo em busca da “felicidade” que consideram ter deixado para trás.



Aqueles que, anteriormente, apresentavam-se abraçados em fotografias, talvez, tenham se comportado, ao longo da vida conjugal, indiferentes ou displicentes aos cuidados e carinhos necessários para a renovação do amor, sentimento que os fez investir no casamento eterno. Por mais plausíveis que sejam as razões da separação, haverá outros traumas secundários, que implicarão na vida familiar, especialmente, quando dessa relação vieram os filhos. Pois como sabemos: “Na disputa entre o mar e o rochedo quem sofre são os mariscos”. Para os filhos, – encarar a realidade de ter seus pais vivendo em casas separadas – poderá ser um problema, tendo em vista que a referência de família e o sinônimo de proteção, que todos temos, são compostos de pai, mãe e filhos.



Muitos são os relatos de filhos que experimentaram os dissabores da ruptura do casamento de seus pais. Dúvidas surgem na cabeça deles diante dessa desagradável surpresa, pois a quem irão recorrer? Quem vai ajudá-los a solucionar os impasses e inseguranças que vão aparecer ao longo de suas vidas? Ou com quem deverão morar? (Isso, quando essa escolha lhes é permitida). Além de não poderem contar com o esteio familiar como antes, deverão fazer a difícil opção entre aqueles que por eles são igualmente amados. Tudo isso significaria colocar sobre seus os ombros uma responsabilidade muito além de suas próprias forças.



Em meio a tantas situações complicadas de se gerir, não será difícil perceber no comportamento deles [filhos] a presença do medo, sentimentos de revolta, raiva, incompreensão, desconforto, além da sensação de abandono, entre outros.



Antes que as conseqüências dos atos dos pais repercutam na vida daqueles que se sentem impotentes diante das dificuldades dos adultos, certamente, será importante que os cônjuges falem um ao outro o que realmente desejam e esperam como contribuição para o reaquecimento da relação. Muitas vezes, nessas ocasiões a ajuda de um profissional na área da pscicologia será também de grande valia. É bom lembrar que para todo e qualquer outro relacionamento, que possam pretender viver, serão exigidos o mesmo carinho, atenção, romantismo, empenho, dedicação e a leal cumplicidade para sua perpetuação.



“Em mar revolto, marinheiros não içam velas”. Estabelecer a disposição comum em reviver as simples coisas que foram deixadas para trás, será a chave para alcançar o sucesso no casamento.



Deus abençoe a todos,


José Eduardo Moura
webenglish@cancaonova.com
Missionário da Comunidade Canção Nova, trabalhando atualmente na na Fundação João Paulo II no Portal Canção Nova.



 

A função da familia na educação sexual


O equilibrio sexual é a base para a relação de confiança com os filhos



A educação é dever, sobretudo, da família que «é uma um escola do mais rico humanismo». A família, de fato é o melhor ambiente para cumprir a obrigação de garantir uma gradual educação da vida sexual. Ela tem uma carga afetiva capaz de fazer aceitar sem traumas mesmo as realidades mais delicadas e a integrá-las harmonicamente numa personalidade equilibrada e rica.



O afeto e a confiança recíproca que se vivem na família são necessários ao desenvolvimento harmônico e equilibrado da criança desde o seu nascimento. Para que os laços afetivos naturais que unem os pais aos filhos sejam positivos no grau máximo, os pais sob a base de um sereno equilíbrio sexual, instaurem uma relação de confiança e de diálogo com os filhos, adequada à idade e desenvolvimento deles.



Para poder dar aos filhos orientações eficazes necessárias para resolver os problemas do momento, antes mesmo dos conhecimentos teóricos, os adultos sejam exemplo com o seu comportamento. Os pais cristãos devem ser conscientes de que o seu exemplo representa a contribuição mais válida na educação dos filhos. Estes, por sua vez, poderão alcançar a certeza que o ideal cristão é uma realidade vivida no seio da própria família.



A abertura e a colaboração dos pais com os outros educadores co-responsáveis pela formação influirão positivamente no amadurecimento do jovem. A preparação teórica e a experiência dos pais ajudarão os filhos a compreender o valor e a função própria das realidades de homem e de mulher.



A plena realização da vida conjugal, e consequentemente, a estabilidade e santidade da família, dependem da formação da consciência e dos valores assimilados durante o processo formativo dos próprios genitores.


Os valores morais vividos na família são mais facilmente transmitidos aos filhos e entre estes valores morais têm grande relevo o respeito pela vida no seio materno e, em geral, o respeito da pessoa humana, de qualquer estado e condição. Os jovens devem ser ajudados a fim de conhecerem, apreciarem, e respeitarem estes valores fundamentais da existência.


 


Artigo extraído do documento: Orientações educativas sobre o amor humano de 1º novembro de 1983.


Cardeal William Baum
Sagrada Congregação para a Educação Católica