Casais recebem para ter filhos


 Vários países estão dando subsídios de nascimento. 
 
O jornal português “PortugalDiário” publicou em seu site, no dia 8 de janeiro deste ano, dados interessantes sobre os subsídios que os governos europeus estão dando aos casais para incentivá-los a ter mais filhos.


Mas fica aqui desde já a pergunta: Será que o dinheiro será capaz de conseguir o que o amor dos pais não conseguiu?


Vários países europeus – com baixa natalidade – estão dando subsídios de nascimento: abonos, compensação para os pais que queiram deixar o emprego, licenças-maternidade e ajudas na educação, entre outros. Como em quase toda a Europa, em Portugal nascem cada vez menos bebês.


Para incentivar a natalidade, por exemplo, o governo alemão decidiu agora atribuir um subsídio, que pode chegar a 25 mil euros, porque nas últimas décadas, as taxas de natalidade na Alemanha caíram a um percentual, que autoridades consideram alarmante. Lá, a taxa de fertilidade média é de 1,37 filho por casal, bem abaixo da média de 2,1, que é considerada necessária para se manter a população em nível estável. A legislação previa que pais que decidissem ter filhos podiam receber até 7,2 mil euros, por um período máximo de dois anos. A partir de 1º de janeiro 2008, com a entrada em vigor da nova lei, eles poderão receber até dois terços do salário durante um ano, no valor máximo de 25,2 mil euros.


A França também anunciou recentemente um pacote de medidas para conciliar a maternidade com a vida profissional e estimular as mulheres a terem um terceiro filho. As francesas – que derem à luz um terceiro filho – poderão usufruir, se assim desejarem, de uma licença-maternidade mais curta (de três anos para um), mas, mais bem remunerada, com cerca de 750 euros por mês. A estas medidas somam-se contribuições mais elevadas para as despesas com as crianças, como creches gratuitas, descontos em restaurantes, supermercados, cinemas e transportes públicos, assim como, atividades extra-escolares a preços reduzidos.


O regime de Segurança Social francês prevê vários subsídios para as famílias, entre os quais o de nascimento (830 euros), o de base (166 euros por mês, até os três anos) e o de início de aulas para os agregados desfavorecidos (265 euros). Além disso, há também benefícios fiscais para os casais com filhos. Atualmente, a França tem uma taxa de natalidade de 1,9 filho por mulher e é, depois da Irlanda, o país da Comunidade Européia com os índices mais elevados.


Na Suécia, considerado pela ONU como o melhor lugar do mundo para se ter filhos, um dos pais pode ficar em casa por um ano com 80 por cento do ordenado. A assistência pré-natal é gratuita e há uma rede de creches privadas, cujos preços são controlados.


Fernando Castro, presidente da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN), declarou ao “PortugalDiário” que em países nórdicos como Suécia, Dinamarca e Noruega há também uma compensação estatal, caso um dos pais decida desempregar-se ou “subempregar-se” para ficar em casa com os filhos.


Na Espanha, os pais têm direito a subsídio de risco na gravidez, abono familiar que aumenta a partir do segundo filho e subsídio de nascimento para o terceiro filho e seguintes.


Em Portugal, o abono de família é determinado em função dos rendimentos, não sendo atribuído aos agregados familiares com um rendimento superior a 1875 euros mensais. No primeiro ano, o valor é maior e vai diminuindo conforme a criança fica mais velha.


De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2005, nasceram 109.457 crianças em Portugal. Com um índice de fecundidade de 1,4 filhos por mulher, que tem diminuído, o país continua a não assegurar a renovação de gerações e o déficit de nascimentos ronda os 55 mil por ano, explicou o presidente da APFN.


O Algarve é a zona lusitana onde se registra um aumento mais constante da taxa de natalidade nos últimos anos, segundo dados do INE, 16 por cento dos bebês, que nasceram, em 2003, na região, são filhos de mães estrangeiras, na maioria de mulheres ucranianas e brasileiras (Fonte: www.portugaldiario.iol.pt).


Segundo o Dr. Pierre Chaunu, professor de História Moderna da Sorbonne na França, o mundo está em rápida e perigosa “implosão demográfica”. Segundo ele, acontece com a Europa o que aconteceu com o Império Romano, o qual submergiu por causa do controle da natalidade e do alto índice de abortos. Ambos os casos acontecem hoje na Europa.


A Igreja continua a lembrar que: “A Sagrada Escritura e a prática tradicional da Igreja vêem nas famílias numerosas um sinal da bênção e da generosidade dos pais” (GS 50,2; CIC §2373). E “Os filhos são o dom mais excelente do Matrimônio e constituem um benefício máximo para os próprios pais.” (CIC §1652).


E o salmista reza: “Vede, os filhos são um dom de Deus: é uma recompensa o fruto das entranhas. Tais como as flechas nas mãos do guerreiro, assim são os filhos gerados na juventude. Feliz o homem que assim encheu sua aljava: não será confundido quando defender a sua causa contra seus inimigos à porta da cidade.” (Sl 126)


Quem ainda tem fé para acreditar nessa “Palavra de Deus”? Quem nela crer, será feliz!



 Felipe Aquino

 

Mentes abortivas

 


Cúmplices da destruição da criação de Deus
 


Deus disse para crescer e fecundar a Terra e não para crescer, se esquecer do criador e matar as criaturas.


Muitas vezes com linguagem sutil e discurso de liberdade, pessoas defendem a morte de seres inocentes e indefesos.


Muitas feministas afirmam que defender o aborto é defender o direito das mulheres de fazer o que quiserem com os próprios corpos. Isto é uma falácia já que se defende o direito da mulher de fazer o que quiser com o próprio corpo e se esquece que está tirando o dereito do outro (do bebê) e muitas vezes este outro que cresce e se desenvolve é uma “mulher” assim como a que aborta.


Fator interessante é que em certas situações o aborto é defendido porque uma criança ainda é um ser “inútil”. Estas teorias tomam o ser humano por objeto onde se deve avaliar a utilidade da coisa em si. Sendo assim, do ponto de vista da utilidade ou não do ser humano, nós poderemos daqui uns anos matar também as pessoas que estarão fora do mercado de trabalho e não serão úteis ao sistema.


Tenhamos os olhos abertos: o ser humano não faz parte dos materiais descartáveis que usamos todos os dias! Ele é obra primordial de Deus que fez boas todas as coisas, mas sobretuto, se alegrou com a maior e melhor de todas as suas criaturas.


Vivendo em um país onde ser assassinado e estraçalhado é quase uma coisa normal, onde o ser humano em si não tem valor e onde os poderosos deste mundo usam de ideologia para contruir homens bombas (que na maioria são pessoas sem esperança de futuro), posso perceber que o que mais temos de bonito no nosso Brasil é a paz entre as pessoas, por mais que existam violência e crimes. Esta paz pode ser ameaçada com atitudes como aborto, eutanasia e outros mais, porque não digo somente do contexto social e jurídico, mas da mentalidade de aceitação do pecado contra a vida.


O pecado contra a vida é grave porque não prejudica somente a vida pessoal mas tira a vida de outro ser, tirando o direito do outro de gozar do Dom precioso doado pelo criador: a vida.


Muitas pessoas choram e se sensibilizam quando vêem as notícias de que tantas pessoas foram assassinadas na luta de gangues no Rio de Janeiro, na luta do tráfico em Belo Horizonte principalmente nos grandes conglomerados das periferias, nas catástofres naturais na Ásia, ou no quotidiano massacre na África e aqui no Oriente Médio, assim como nas guerras de guerrilhas em alguns recantos da terra como por exemplo na América Latina.


Toda esta comoção é diluída no apatismo social de pessoas que se sentem incapazes de fazer algo. Porque estas pessoas não começam por defender a vida em seus próprios bairros?


Talvez seja mais fácil chorar com as notícias da TV do que defender abertamente a vida e proclamá-la como dom de Deus quando sabemos que nossos próprios familiares e ou vizinhos planejam cometer um assassinato chamado aborto.


Talvez seja belo chorar quando se vê uma tragédia, mas não tão bonito ser tachado como “piegas” porque se defende a vida como dom de Deus.


A vida cristã mais do que nunca nos exige opções fundamentais pela vida e pelo autor de toda a vida. Não é coerente chamar Deus de “Pai Nosso” se tiramos o direito dos outros de virem à vida.


Se fazemos ou auxiliamos ao aborto cometemos o pecado próprio em si, mas se somos omissos com a mentalidade que legítima o aborto e eutanasia somos pecadores por omissão.


Pensem bem: o dever do cristão é defender e lutar a favor da vida. Mesmo que os governos aceitem estas crueldades, nós cristãos temos que lutar com a oração e com atos concretos para que a vida seja sempre defendida!


Faça a sua parte e saiba que Deus estará com você a defender a vida de seus filhos, nossos irmãos!


Aurélio Miranda
terrasanta@cancaonova.com

O valor de uma vida!

 


O consenso não é o correto, o bom senso é o certo.


 Nem tudo que todos concordam é o certo, no dia 11 de fevereiro será votada em um plebiscito em Portugal a aprovação do aborto. Isso já foi votado, mas ainda não foi aprovado.


 Hoje os que são a favor da morte, que vivem essa cultura de morte, que promovem a camisinha, a depravação, a destruição da pessoa humana, porque o que se vive hoje só destrói.


 São Pedro nos Atos dos Apóstolos diz é preciso obedecer mais a Deus do que aos homens.


 Pois quando legitimizamos coisas como estas as pessoas se enganam e fazem o que é errado, matam e nem percebem que morrem também.


 A mãe que mata o filho de seu ventre destrói-se interiormente e se não se abrir à misericórdia de Deus não só seu corpo morrera, mas também sua alma.


 O demônio querendo ser como Deus e não conseguindo diz: Já que não posso destruir a Deus vou destruir suas criaturas.


Ele não pode entrar em nosso coração, mas pode colocar uma capa que vai enrijecendo, tornando tão duro quanto à pedra.


E nos tornamos omissos e a assim a violência acontece.


 E Jesus diz:


Diante do mal só podemos reagir com o bem. Pois o amor gera o bem.


Abrace a vida, mas não no silêncio, pois hoje falsos profissionais de saúde indicam a pirula do dia seguinte, onde afirmam que o aborto não acontece… Isso é mentira!


 Pelo menos 99% de nossos problemas seriam solucionados se tivéssemos coragem de viver a verdade, não nos omitindo diante do errado.


 Pois se não o fizermos acabaremos crucificando-nos uns aos outros.


Sem Deus não há amor, sem Deus começaremos a matar o fruto de nosso ventre e através disto crucificaremos a vida.


Saiba que tua decisão tem um preço. O preço do pecado é a morte, a decisão é por Cristo, é a porta estreita, é cruz, mas é a vida eterna.


Lute em favor da vida.



Simoni Adriani Alberti

Em favor da vida !


A questão da defesa da vida em Portugal (II)

Entrevista a Pe. Nuno Serras Pereira, liderança do movimento em defesa da vida no país


LISBOA, segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007 (ZENIT.org).- Pe. Nuno Serras Pereira reflete sobre temas relevantes do contexto pró-vida na atualidade, especialmente em Portugal, no período que antecede o referendo sobre o aborto, que acontecerá em 11 de fevereiro.


Sacerdote franciscano, pe. Nuno Pereira é escritor e uma das lideranças mais expressivas do movimento em defesa da vida, em Portugal, como pensador e militante pró-vida.


A primeira parte desta entrevista pode-se ler em Zenit, 4 de fevereiro de 2007.


–Quais as expectativas dos movimentos em defesa da vida nesse momento histórico, que antecede o referendo de 11 de fevereiro?


–Pe. Nuno Serras Pereira: Com os olhos postos em Deus e confiados na intercessão da Santíssima Virgem Maria combatem o bom combate, na Esperança que o Não ao aborto ganhe o referendo e seja ponto de partida para novos triunfos da vida. Providencialmente o referendo foi marcado para o dia de Nossa Senhora de Lurdes, e em peregrinação a Fátima fomos pedir à Mãe, que é a mesma, que nos conduza e nos ampare.


–Como tem sido a atuação da Igreja em Portugal, nesse período, especialmente o envolvimento dos padres e bispos na causa da vida?


–Pe. Nuno Serras Pereira: Eu creio que nós, como Igreja, temos graves culpas e que devíamos fazer uma ação de penitência pública pedindo perdão a Deus por elas. É demasiado fácil acusar um passado que mal conhecemos e que não vivemos, e ignorarmos os nossos próprios pecados. Para dar um só exemplo, basta referir que em nome de ideologias “pastorais” se profana a Santíssima Eucaristia, com gravíssimo escândalo público, admitindo à Sagrada Comunhão políticos e outras figuras conhecidas, que pública e obstinadamente fazem campanha por e votam leis que admitem o aborto.


Felizmente, o Conselho Permanente da Conferência Episcopal foi muito claro ao afirmar com todas as letras que os católicos “devem votar não”. Também o Senhor Cardeal Patriarca advertiu que a doutrina da Igreja “obriga em consciência todos os católicos”. Tem-se assistido, geralmente falando, a um empenho sério, determinado e constante dos Senhores bispos e dos sacerdotes. Mas o mais impressionante ainda é assistir a uma enorme mobilização dos fiéis leigos como há muitas décadas não se via em Portugal. Como escrevi num texto recente, a propósito deles, “são inúmeros os membros da resistência de quem nos devíamos aproximar com uma reverência semelhante à de Moisés diante da sarça-ardente. Neles, não obstante as suas fragilidades de barro, torna-se verdadeiramente presente Aquele que disse: Eu Sou Aquele que Sou – para vós; operando prodígios que confundem os adversários”.


–O Papa Bento XVI, em sua encíclica “Deus Caritas Est” afirmou que “quem reza não desperdiça o seu tempo, mesmo quando a situação apresenta todas as características duma emergência e parece impelir unicamente para a ação”. Qual o papel da oração no bom combate em favor da vida?


–Pe. Nuno Serras Pereira: Desde sempre que o número 100 da encíclica O Evangelho da vida que faz um chamamento urgente à oração (e ao jejum) em ocasiões especiais mas também no dia a dia das comunidades cristãs e das famílias, foi para nós uma referência. Embora batalhemos com toda a determinação agindo sabemos bem que tudo depende da oração. Por isso, não só rezamos como pedimos a todos os mosteiros de contemplativos que, como Moisés orando de braços erguidos no monte, nos garantam o bom sucesso do combate como Moisés o garantiu às tropas comandadas por Josué contra as de Amalech.


O Papa Bento XVI com os seus contínuos e repetidos ensinamentos sobre a vida e a família tem sido uma fonte de enorme inspiração e encorajamento para todos nós.


–A partir da sua vivência, por que a mensagem da Igreja (o valor da sã doutrina) tem encontrado, ultimamente, grandes dificuldades de chegar à base da sociedade, principalmente em relação à moral sexual? Quais os fatores que mais interferem? E que respostas a dar diante disso?


–Pe. Nuno Serras Pereira: Eu creio que o peso desmesurado da publicidade, dos meios de comunicação social e do ensino da escola estatal dificultam muitíssimo um ambiente são em que a verdade possa ser respirada e vivida. Penso, porém que há outros fatores a ter em conta. Grande parte de dignitários na Igreja mais ou menos afetados pelos efeitos devastadores da revolução sexual, em nome de uma recusa do puritanismo em que porventura alguns terão sido educados, renuncia ao anúncio da verdade e do significado da sexualidade. Uns desistiram, outros são indiferentes e outros ainda cúmplices na deformação sexual. E, no entanto, a Igreja nos dias de hoje dispõe dum meio excelente e singular para se fazer ouvir e entender. Refiro-me às catequeses sobre a Teologia do Corpo do Papa João Paulo II. Onde esta verdade tem sido anunciada tem gerado conversões e transformações prodigiosas.


Depois importa muito lutar pelo ensino livre, para que possam ser as famílias a escolher livremente, sem serem penalizadas, o tipo de educação que querem para os seus filhos. Nos dias de hoje a salvação da vida e da família joga-se em grande parte na educação livre. O Estado totalitário procura subtrair os filhos à influência dos pais.
Finalmente, os pais têm o grave dever de velar para que os seus filhos não sejam expostos de qualquer maneira ao que passa na TV, ao que se encontra nos vídeos jogos e na Internet.


–Por que o relativismo parece ter mais força? Diante dessa mentalidade, tem sido muito difícil testemunhar os valores da família, num contexto de apologia explícita a modelos que contrariam os fundamentos da própria civilização. Muitos dizem que é falta de informação. Mas só isso é insuficiente. Faltam mais coisas. A família vem sendo agrilhoada, em todos os aspectos. Por que a evangelização, nesse sentido, tem sido cada vez mais difícil, e tem encontrado maior resistência?


–Pe. Nuno Serras Pereira: Há grupos minoritários e extremamente bem organizados dotados de enorme poder econômico e político que pretendem destruir a família fundada no matrimônio entre um homem (varão) e uma mulher. A pessoa reduzida a indivíduo, sem uma teia de relações vinculantes, destituído das referências filiais/paternais e fraternas, torna-se presa fácil para qualquer manipulador. O homem sozinho torna-se indefeso e rende-se a tudo. Perde a noção da sua dignidade e abdica de toda a liberdade, prestando consentimento à sua própria escravatura. O poder de sedução desses grupos que dominam a propaganda encontra um aliado fácil na fraqueza ou fragilidade do coração humano ferido pelo pecado. O Papa Bento XVI tem indicado o caminho de redenção com toda a clareza, importa segui-lo.


Poderia nos indicar dez propostas de políticas públicas em favor da família e da vida humana?


–Pe. Nuno Serras Pereira: Como sacerdote não é a mim que me compete dar soluções técnicas concretas para os problemas existentes. Isso faz parte das competências dos leigos.


No entanto, sempre posso adiantar que a política tem de estar centrada na dignidade da pessoa humana, desde o momento da concepção até à morte natural, e na família fundada no matrimônio entre um homem e uma mulher. As políticas não poderão penalizar os casais e as famílias, quer economicamente, quer facilitando o divórcio e as uniões de fato. O Estado deve garantir a liberdade de ensino e de educação. E subsidiariamente incentivar a natalidade.


–Poderia nos indicar, do mesmo modo, algumas propostas de ações pastorais, para uma promoção realmente mais eficaz da Igreja (religiosos e leigos) em sua missão de salvaguardar a família e a dignidade da pessoa humana?


–Pe. Nuno Serras Pereira: 1 – a) Garantir que ao longo de toda a catequese esteja presente o Evangelho da Vida, em particular no que diz respeito às questões do aborto e da eutanásia; b) Não admitir ao sacramento do Crisma qualquer jovem que não professe a verdade que a Igreja anuncia sobre estas questões; c) Por maioria de razão não aceitar nenhum catequista ou outro responsável eclesial que não adira ou tenha dúvidas sobre essa verdade.


2 – Que nos CPM e outro tipo de preparações para noivos ou casais se ensine a Teologia do Corpo do Papa João Paulo II e os métodos naturais de paternidade responsável.


3 – a) Que em todas as Missas em que se reze a Oração Universal, haja, pelo menos, uma intenção pela defesa da vida; b) Que as Paróquias, Congregações e Ordens Religiosas, e Movimentos organizem (em cooperação uns com os outros ou não) ocasiões excepcionais de oração pela vida); c) Que na catequese e noutras realidades eclesiais se reze habitualmente orações como a que o Papa João Paulo II na sua encíclica nos proporcionou ou a de Nossa Senhora do Ó ou qualquer outra adequada e aprovada.


4 – Que ao longo do ano os sacerdotes façam várias homilias sobre o tema, aproveitando festas como a da Anunciação, por ex, ou leituras que venham a propósito, ou, uma vez que a homilia também pode versar sobre isso, a antífona de entrada ou a oração da coleta, etc. Podem encontrar-se muitas sugestões em www.priestsforlife.org .


5 – Que as Dioceses ou a nível nacional se organizem ações de formação para o Clero sobre o Evangelho da Vida, em particular no que diz respeito à formação das consciências. Importa ainda dar uma formação específica sobre as relações entre a lei civil e a lei moral, sobre as leis intrinsecamente injustas, etc; sobre direitos humanos e sobre a verdadeira democracia.


6 – É necessária uma particular atenção aos políticos católicos. A maioria parece ter um conceito relativista da democracia, que é obviamente incompatível com a fé e a lei natural, Depois são de uma ignorância e de uma ingenuidade extraordinárias no que diz respeito às questões morais, às questões de defesa da vida, da sexualidade, da educação, etc. Não basta emitir notas pastorais ou outro tipo de documentos nem deixá-los à mercê de conselheiros espirituais ignorantes ou dissidentes, embora com grande projeção midiática, em relação à verdade anunciada pela Igreja para o bem de todos. Creio que seria indispensável um contacto personalizado da parte dos seus Pastores e propor-lhes formação adequada ao seu nível cultural apostando em encontros ou convênios especificamente dirigidos a eles e sem recear convidar gente estrangeira qualificada para conceder essa formação.


7 – Julgo que também seria urgente que em cada Diocese os Pastores convidassem os católicos de maiores responsabilidades políticas e sociais pedindo-lhes pessoalmente que se empenhassem, desde já, em ações concretas de defesa da vida, procurando organizar-se, não só para impedir alargamentos da lei atual do aborto, mas também para abolir a lei 6/84, o DIU, a contracepção de emergência, etc.: Pede-se «aos Pastores, aos fiéis e aos homens de boa vontade, em especial se são legisladores, um renovado e concorde empenho para modificar as leis injustas que legitimam ou toleram essas violências. Não se renuncie a nenhuma tentativa de eliminar o crime legalizado … » (João Paulo II, Discurso aos participantes no encontro de estudos, pelo 5º aniversário da encíclica Evangelium Vitae (5º aniv. EV), 4) E ainda: Não «há nenhuma razão para aquele tipo de mentalidade derrotista que considera que as leis que se opõem ao direito à vida – as que legalizam o aborto, a eutanásia, a esterilização e os métodos de planejamento familiar que se opõem à vida e à dignidade do matrimônio – são inevitáveis e até quase uma necessidade social. Pelo contrário, são um gérmen de corrupção da sociedade e dos seus fundamentos.». (5º aniv. EV, 3).


8 – É preciso que se cumpra o cânon 915 do Código de Direito Canônico: Não se pode dar a Sagrada Comunhão a quem legisla, favorece, se conforma, vota ou faz campanhas por leis intrinsecamente injustas, como a que admite o aborto. É certo que qualquer Pároco tem o dever, depois de um juízo prudente, de negar a Sagrada Comunhão a quem perseverar obstinadamente nesse pecado, isto é a quem não se arrepender, retratando-se publicamente. No entanto, uma palavra autorizada dos Senhores Bispos, à semelhança do que têm feito alguns Arcebispos nos USA e em outros países, poderia ser de grande encorajamento e servir para a formação das consciências. Não se pode deixar de reconhecer que o respeito pelo culto e pela reverência devida a Deus e a Seu Filho sacramentado, o cuidado pelo bem espiritual dos próprios, a necessidade de evitar escândalo, e a preocupação pelos sinais educativos e pedagógicos para com o povo cristão e para com todos, pedem que se pare, de imediato, com este gravíssimo escândalo de admitir à Sagrada Comunhão políticos e outros com responsabilidades no aborto.


9 – As instituições e os meios de comunicação social da Igreja não devem convidar nem admitir para nelas trabalhar, palestrar ou conferenciar pessoas com responsabilidades públicas no aborto ou seus apoiadores.


10 – Os órgãos de Comunicação Social da Igreja têm de ser exemplares na fidelidade ao Evangelho da Vida. Não podem dar azo a ambigüidades. Devem conceder uma formação habitual e constante através de artigos ou de programas sobre as diversas vertentes do Evangelho da Vida. O critério de escolha para as pessoas a convidar, não deverá depender do peso midiático, dos títulos, mesmo eclesiais, mas da competência e da fidelidade à verdade que a Igreja anuncia. Basta de induzir os católicos em erro apresentando-lhes como verdade a doutrina adulterada e falsificada.


11 – Continuar o apoio às instituições de apoio às mães grávidas, às mulheres que abortaram e todos os que estiveram envolvidos nalgum aborto, às crianças em risco, aos idosos desamparados.


12 – Constituir equipas de leigos e padres que percorram o país de ponta a ponta, e não só as paróquias, dando formação sobre o Evangelho da Vida.


13 – É preciso que Fátima se transforme no centro do anúncio e da celebração do Evangelho da vida em Portugal e na Europa. Nossa Senhora, em 1917, advertiu que se não se fizesse o que Ela pedia a Rússia espalharia os seus erros pelo mundo inteiro. Ora a Rússia foi o primeiro país do mundo a legalizar o aborto. Além disso, como recorda João Paulo II, nas questões do aborto e da eutanásia dá-se uma “guerra dos poderosos contra os débeis”, e como todos sabemos a mensagem de Fátima está intrinsecamente ligada com a Paz. Também o Papa Bento XVI na sua última mensagem para a paz advertiu que “o aborto e as pesquisas sobre os embriões constituem a negação direta da atitude de acolhimento do outro que é indispensável para se estabelecerem relações de paz estáveis.”.


14 – Garantir uma formação fiel à verdade anunciada pelo Magistério da Igreja nos seminários e na Universidade Católica Portuguesa.


–No Brasil, o “Movimento Legislação e Vida” vem buscando uma atuação junto aos parlamentares para evitar a aprovação de leis antivida. As pesquisas dizem que 97% da população brasileira é contra o aborto, mas 70% dos nossos parlamentares são a favor. Isso quer dizer que os representantes do povo não estão em sintonia com o que realmente pensa a maioria da sociedade. Os lobbys anti-vida agem no Congresso, porque sabem que é mais fácil fazer a cabeça dos parlamentares do que de toda a população. Como o senhor vê essa situação? E como é essa realidade em Portugal?


–Pe. Nuno Serras Pereira: Quanto a mim, tem sido muito descuidada a formação dos católicos no respeitante à hierarquia de valores e ao comportamento na vida política. Para um discernimento verdadeiro em quem votar para nosso representante importa muito estudar a Nota Doutrinal da Congregação para a Doutrina da Fé “sobre algumas questões relativas à participação e comportamento dos católicos na vida política” (16. 01. 2003).


[Entrevista concedida ao professor e jornalista Hermes Rodrigues Nery]


ZP07020515

Depoimento de um medico abortista


Depois do aborto – depoimentos
“Sabemos que a criança não nascida já tem instinto de sobrevivência, possui todos os sentimentos como qualquer outro ser da mesma espécie: sente medo da morte, pressente o perigo, foge da dor, gritaria por socorro e chamaria pela mãe se tivesse voz” 
 
 
Depoimentos


De um médico abortista


“Fui diretor da maior clínica especializada em abortos do mundo.


E fui membro fundador da Associação Nacional a Favor do Aborto, cujo objetivo era conseguir do governo dos Estados Unidos, uma lei que permitisse o aborto. Exercíamos pressão sobre os membros governamentais para que fizessem leis neste sentido.


Quero que saibam portanto, que fui membro da maior organização mundial que vendia aborto. Eis o resumo de como funcionava a organização:


Em 1968, ao organizarmos o movimento, fizemos um levantamento para sabermos quantas pessoas eram contra e quantas eram favoráveis ao aborto.


O resultado foi: 1% era a favor – e 99% não aceitava o aborto voluntário.


Vou explicar como fizemos para convencer os 99% a aceitarem a idéia  – e a mesma tática foi empregada depois, em outros países onde se organizou idêntica embrulhada.


Duas grandes mentiras nos serviram de base:


1.º – falsificamos estatísticas e fingíamos fazer enquetes mostrando que grande parte do aborto nos Estados Unidos eram favoráveis à provocação do aborto.


2.º – escolhemos uma vítima para atribuirmos a responsabilidade da não aprovação do aborto nos Estados Unidos: a Igreja Católica.


Mais tarde, os pró-abortistas empregavam as mesmas estatísticas e os mesmos números inventados por mim, em 68. Isso me divertia, me fazia rir bastante, porque eu havia participado do processo e sabia muito bem que eram tudo mentiras – puras patranhas – mas havia quem acreditava.


Pelas estatísticas verdadeiras sabíamos que, naquela época, nos Estados Unidos, menos de mil mulheres praticavam, anualmente, o aborto clandestino. Mas este número era pequeno demais e não bastava para chamar a atenção dos desprevenidos. Então, multiplicamos este número por mil – e dizíamos que um milhão de casos aconteciam anualmente!


O número de mortes motivadas por abortos clandestinos também era pequeno: não chegava a duzentos. Este número também não bastava para nossa propaganda – dizíamos pois, que dez mil mulheres perdiam a vida por ano em processos abortivos, por falta de cuidados médicos.


Outras táticas eram ainda de nossa invenção. Dizíamos, por exemplo, que havíamos feito uma enquête nas ruas e que 24% da população aprovava o aborto. Meses depois, dizíamos que a aprovação havia subido para 50% – e assim, sucessivamente, sempre aumentando os números por nossa conta.


A idéia é simples: as pessoas – principalmente as mulheres – desejam estar sempre na última moda; desejam sempre formar parte da maioria; desejam sempre ser consideradas modernas, têm horror a ser chamadas de antiquadas. Assim, elas se uniam aos “avançados”.


Mais tarde, efetuamos enquetes de verdade e comprovamos que, pouco a pouco, os resultados que havíamos forjado iam aparecendo; crescia a adesão ao aborto provocado!


Sejam vocês muito cuidadosos ante as pesquisas, principalmente sobre aborto, porque costumam ser manipuladas e, com isso, convencem aos que se interessam pelos noticiários. Estas pesquisas mentirosas chegam a convencer aos governantes, que modificam as próprias leis.


É importante que estejam atentos aos meios de comunicação porque, de acordo com a maneira de propagar conceitos, eles conseguem infiltrar quaisquer idéias nas pessoas. E, em 68, difundíamos através dos meios de comunicação, todas as mentiras que acabo de referir.


Afinal, quem duvida da estatística?


Quem é que vai conferir se tudo é verdade?


Pois bem: a maior clínica mundial especializada em abortos – o Centro de Saúde Sexual – esteve em minhas mãos. Eram 10 salas de cirurgia e 35 médicos especialistas sob as minhas ordens. Praticávamos 120 abortos por dia, inclusive aos domingos e feriados; só no dia de Natal não trabalhávamos.


Confesso que, enquanto a clínica esteve sob minhas ordens, foram praticados mais de 60.000 abortos sendo que pelo menos 5.000 foram realizados por mim, pessoalmente.


Em setembro de 72 eu me afastei da clínica porque tinha outros compromissos a cumprir mas, para mim, aqueles anos de trabalho me trouxeram uma experiência sem precedentes – e ainda hoje, me pesam no coração, os remorsos pelo que fiz, como uma vergonhosa lápide mortuária.


Lembro-me que os médicos que trabalhavam comigo, apesar de bem remunerados, também não se sentiam à vontade. Suas esposas me contavam que eles tinham pesadelos pavorosos e acordavam gritando, falando em sangue e corpos de bebês destroçados. Alguns dos meus auxiliares bebiam muito, outros passaram a se drogar e vários deles tiveram de fazer longos tratamentos psiquiátricos.


As enfermeiras também, muitas delas se tornaram alcoólatras e outras tiveram de abandonar o trabalho, afetadas por grandes perturbações nervosas.”


Esta é parte da confissão do dr. E. Nathanson, no Congresso Internacional no Colégio dos Médicos em Madrid, na Espanha.


Este médico, para melhor impressionar as futuras clientes – e silenciar talvez a própria consciência – resolveu filmar um aborto. Com este material, poderia esclarecer aos que relutavam em aderir à matança de crianças, os seguintes aspectos: rapidez, eficiência e segurança com que conseguiam retirar um feto do útero, assim como exibir a alta tecnologia empregada.


O filme – que recebeu o nome “O grito silencioso” – mostraria o interior do útero e os meios usados para destroçar e sugar a criança de dentro dele.


Mas a filmagem funcionou ao contrário porque ele próprio, o médico, ficou impressionado com o que viu e, a partir deste filme, ele se posicionou contrário ao aborto. E passou a exibir a filmagem, tentando assim, convencer às mulheres a não praticá-lo.


Para melhor comentar sobre o filme, eis este depoimento:


De Graciela Fernándes Raineri:

“Vi o filme “O Grito Silencioso” apresentado pelo dr. Nathanson, famoso médico ex-abortista norte americano.


Ele mostra, mediante uma ecografia realizada na mãe, no momento do aborto, o que sucede com o bebê que – apenas agora se sabe – já reflete as características humanas: sente medo, sente dor e tem apego à vida.
Ao ver o filme acreditei ser o meu dever divulga-lo pois o mundo tem obrigação de saber o que realmente sucede num aborto provocado.


O filme começa mostrando o bebê antes da operação abortiva. Neste caso verídico, o bebê estava com 12 semanas, se mexia lentamente, colocava, de vez em quando, o polegar na boca. Parecia à vontade no ambiente tranqüilo, na segurança do útero materno.


Quando o abortista introduz o primeiro elemento metálico procurando romper a bolsa amniótica, a criança perde seu estado de tranqüilidade. Os aparelhos registram aceleramento das suas batidas cardíacas e, em movimentos nervosos e perfeitamente conscientes, o pequeno ser muda de lugar, desviando-se do instrumento cirúrgico.
A bolsa é rompida e é introduzido um outro aparelho, espécie de aspirador. Neste estágio, nenhum instrumento tocou ainda o bebê – no entanto, ele pressente que algo anormal e terrível está para lhe acontecer porque, agora, muda de lugar num ritmo enlouquecido para os lados de cima, em busca de segurança, no desejo de fugir ao aparelho e livrar-se de sua ação.
Quando o metal está quase para toca-lo, a criança encolhe todo o corpinho – e sua boca se abre desmesuradamente, como se quisesse gritar.
O instrumento de aspiração alcança seus pezinhos e os arranca.
Arranca os pezinhos, mas a criança ainda está viva!


Ela se debate, mas seus pedaços vão sendo destroçados, puxados, arrancados, sugados, em grande velocidade.
Em menos de um minuto resta apenas a cabeça, que não passa pelo aparelho. Um outro instrumento parecido a uma pinça gigante é introduzido. A cabecinha é presa, triturada, transformada em pedaços e também retirada.
São os últimos resquícios daquele que, pouco antes, era um ser humano tranqüilo – e depois amedrontado, horrorizado, mesmo em desigualdade de condições fez o possível para não morrer e, no último momento, abriu a boca ao máximo, num grito, com o objetivo talvez, de pedir auxílio…
A quem???


Eu, pessoa humana, que posso gritar e expressar minha vontade, empresto hoje minha voz a todos estes pequeninos que, ao serem mortos quiseram gritar, implorar pela vida, abrindo a boca – porém… ainda não tinham voz!
Em nome de todos estes inocentes, eu peço a quem de direito que projete este filme em todas as escolas, nos colégios, nas universidades, para todas as mulheres e homens, a fim de que se faça conhecer o que realmente acontece num aborto provocado e dar a conhecer o direito à vida de uma criança.


De uma mulher anônima

“Sou mulher como você e quero dizer que a ignorância me levou ao erro mais desgraçado que uma mulher pode cometer.


Hoje compreendo o que fiz.


Quando os acontecimentos trouxeram luz à minha vida, horrorizei-me comigo mesma e percebi que não me informaram, na época, a verdade inteira.
Disseram-me que seria retirado apenas um conjunto de células sem que isso viesse a prejudicar-me a mim mesma e a ninguém mais.
Os meus olhos não viram o pequeno ser que se agitava dentro de mim, por isso, eu o desprezei. Dizem que “o que os olhos não vêem, o coração não sente.” Mas hoje, eu sinto e me lamento… tarde demais.
Quando vejo uma criança pequena nos braços da mãe, o coração me estremece diante de tão terrível recordação.


Agora, digo a você, a quem não conheço: — Jamais tome a decisão que tomei, porque não esquecerá nunca. Por muitos anos que você possa viver, sempre que ouvir o choro de uma criança, este som lhe sacudirá as entranhas, o coração e a alma, como me acontece ainda hoje.
Queira Deus que minha amarga experiência a mantenha longe de situação idêntica.
Perdoe por não assinar o meu nome… não o posso fazer.


De onde vem esta criança?
Sabemos agora, que as estatísticas sobre o aborto podem ser mentirosas e enganam aos que querem ser enganados.


Enganam àqueles que procuram motivos para cometer o ato mais desprezível, o ato mais sujo e covarde que o ser humano pode cometer.
E sabemos, principalmente, que a criança não nascida já tem instinto de sobrevivência, possui todos os sentimentos como qualquer outro ser da mesma espécie: sente medo da morte, pressente o perigo, foge da dor, gritaria por socorro e chamaria pela mãe se tivesse voz.
A criança ainda no útero é, portanto, uma pessoa completa, dona de uma alma ou espírito — no entanto, aqueles que provocam o aborto preferem acreditar que uma criança é uma “pessoa” somente a partir do nascimento.
E, mesmo que fosse só um punhado de células, é uma semente de gente.
E esta semente de gente tem VIDA.


Diz Dom Rafael Cinfuentes (responsável pela Pastoral Familiar da Arquidiocese do Rio e principal organizador da visita do papa ao Brasil em outubro de 97):


“Entre o feto e o bebê não há diferença. No início da fecundação ele já é uma vida humana. O feto é dono de todo um patrimônio genético que funciona de modo idêntico e qualquer outro ser humano. Portanto, tem vida.”


A quem pertence aquele corpinho vivo?
Será que pertence a nós, que o estamos carregando na barriga?
Para que aquela pessoinha fosse considerada nossa, de nossa propriedade, ela teria de ser sido comprada numa loja — ou então, teria de ter sido confeccionada por nós — por nossas mãos, por nossos próprios meios.
Mas nenhuma ser vivo pode ser construído por nós, pessoas da Terra.
Até mesmo um clone é feito a partir de células vivas pré-existentes.
Não conseguiríamos construir um único mosquito morto, não saberíamos fabricar uma única pétala de flor natural. O que dizer de um ser humano?


Assim, não está no poder de nenhum de nós a construção de um corpo vivo, pois não sabemos fazer um único fio de cabelo.


Sem os exames médicos, não saberíamos ao menos o sexo da criança que está dentro de nós! Impossível conhecer a fisionomia que está sendo plasmada no interior do nosso ventre, nem a cor dos olhos, nada! E, mesmo assim, misteriosamente, a criança nasce com todas as partes do corpo, com todos os órgãos, com movimentos graciosos, com dedinhos delicados — cinco em cada mão, cinco em cada pé — com inteligência, com um espírito!


Será que fomos nós a fabricar aquele cérebro perfeito que ainda é um enigma até para os maiores cientistas do mundo? Será que fomos nós a construir — com nosso nulo conhecimento — cada orelhinha, cada pezinho, cada olhinho, cada órgão que funciona perfeitamente?


Não! Tudo é fruto de leis maiores, leis da evolução, leis do próprio Deus.


Nós apenas acionamos o interruptor e, estranhamente, nasce de nós um outro ser — uma criança inteira, com tudo no lugar, com tudo funcionando; uma criança que se parece conosco, mas que não sabemos nada sobre ela.


Se este serzinho foi fabricado dentro de nosso útero, com substâncias retiradas de nosso próprio corpo, como é que o desconhecemos completamente?
É porque ele não é nosso.
É porque não fomos nós quem o fizemos.
É porque ele foi colocado em nosso ventre por mãos desconhecidas.
E foi colocado aí já pronto.


Se foi colocado pronto em nós é porque já estava pronto em outro lugar. E se estava pronto em outro lugar é porque foi fabricado por outros.
Neste caso, não somos nós o seu dono.


E se não fizemos esta criança; se não somos donos dela, com que autoridade a matamos? Com que direito nos consideramos senhores daquela alminha de Deus? Como é que se vai destruindo assim, sem mais nem menos o que pertence a outrem?
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Obra consultada e recomendada:
Trechos do livro “Depois do Aborto”, Cleunice Orlandi de Lima, Editora DPL


Profa. Cleunice Orlandi de Lima – Professora, escritora, criadora do Método Historiado Professora de Papel www.professoradepapel.com.br e colaboradora do Cent. Est. Esp. Paulo Apóstolo de Mirassol – SP
Cleunice Orlandi de Lima