Os participantes do Seminário Nacional Juventude e Bioética,
promovido este final de semana pela CNBB em Brasília (DF), focaram suas
discussões na defesa da vida. Um religioso, uma médica e um advogado
participaram de uma mesa redonda, em que conclamaram a juventude católica a
promover o diálogo e o estudo sobre a vida humana.
Os debatedores foram o presidente da Editora Vozes, Frei Antônio Moser; a
pesquisadora de células troncos da Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Cláudia Batista; e o professor doutor Paulo de Tarso Ribeiro. Também esteve
presente a presidente do movimento Brasil Sem Aborto, Lenise Garcia, que disse
que o encontro é muito importante para mostrar como os valores atuais da
sociedade estão pautados entre a felicidade e o sofrimento e não mais entre
certo e errado.
Durante todo o evento, foram lembrados diferentes exemplos de como a sociedade
tem mudado seus parâmetros de avaliação para buscar o mínimo de sofrimento e o
máximo do prazer. Um deles foi o julgamento no Supremo Tribunal Federal do
aborto de fetos anencefálos. Lenise lembrou que a argumentação pela liberação
do aborto nesses casos foi baseada “no sentimento das mães, no sofrimento, na
dor”.
Em sua exposição, o presidente da Comissão Episcopal Família e Vida da CNBB,
dom João Carlos Petrini, apontou as contradições da racionalidade moderna,
baseada no positivismo, com grandes avanços técnicos. “A razão atual não se
compara com as exigências de justiça e de paz, mas com poder e lucro”, afirmou.
Para dom Petrini, a solução é o jovem cristão viver a dinâmica da doação,
buscar fazer o bem ao outro, fruto da natureza de Deus. “O maior desafio é
viver cem vezes mais, cem vezes mais capaz de inteligência, de amar,
realizar-se, abraçando quem ninguém quer abraçar.”
Neste domingo, a última etapa do encontro terá uma sessão de perguntas e
respostas entre os jovens participantes e os palestrantes. A missa de
encerramento será celebrada ao meio-dia, no Santuário Dom Bosco.