A médicos e pesquisadores Papa fala sobre proteção à vida

Francisco convida os profissionais a não aderir à cultura do descarte

Da Redação, com Rádio Vaticano

O Papa Francisco enviou uma mensagem aos participantes de um encontro sobre diagnóstico pré-natal, realizado na Policlínica Agostino Gemelli, em Roma, nesta quarta-feira, 25.

No contexto do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, o Pontífice manifestou seu desejo de que haja sempre novas metas no serviço da pessoa e no progresso da ciência médica, em constante referência aos perenes valores humanos e cristãos.

Para Francisco, é preciso o máximo de amor diante da situação de uma criança com graves patologias, “difundindo um conceito de ciência que se faz serviço, e não seleção”.

No texto assinado pelo Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, o Papa convida médicos e pesquisadores a um empenho cotidiano de proteção da vida, “tomando distância da cultura do descarte, que propõe somente itinerários de morte, pensando em eliminar o sofrimento suprimindo quem sofre”.

No Congresso, intitulado “Proteger a vida”, está prevista a apresentação dos primeiros resultados de abordagens terapêuticas sobre o feto, inclusive nas condições patológicas mais graves.

´Onde nasce paz, não há lugar para ódio e guerra´, diz Papa

Na sua tradicional mensagem Urbi et Orbi,  o Papa  Francisco rezou pela  paz e recordou os conflitos existentes em diversas partes do mundo

Da redação, com Rádio Vaticano

“Onde nasce Deus, nasce a esperança, nasce a paz e floresce a misericórdia”. Essas foram as palavras iniciais do Papa Francisco na tradicional mensagem Urbi et Orbi, por ocasião do Natal. Durante a reflexão, o Pontífice rezou pela paz.

Ao recordar os tantos conflitos em andamentos nas diversas partes do mundo e as situações que ferem a dignidade humana, pediu: “Ao contemplar o presépio, fixemos o olhar nos braços abertos de Jesus, que mostram o abraço misericordioso de Deus, enquanto ouvimos as primeiras expressões do Menino que nos sussurra: A paz esteja contigo”.

Diante de milhares de fieis reunidos na Praça São Pedro e adjacências, o Papa Francisco dirigiu-se “à cidade e ao mundo” da sacada central da Basílica de São Pedro, para anunciar que “Cristo nasceu para nós (…) Ele é o dia luminoso que surgiu no horizonte da humanidade. Dia de misericórdia, em que Deus Pai revelou à humanidade a sua imensa ternura. Dia de luz que dissipa as trevas do medo e da angústia. Dia de paz, em que se torna possível encontrar-se, dialogar, reconciliar-se. Dia de alegria, Uma grande alegria para os pequenos e os humildes e para todo o povo”.

Presépio: Sinal de Deus

Francisco diz que o presépio mostra um sinal de Deus e convida todos para que, juntamente com os pastores, “prostremo-nos diante do Cordeiro, adoremos a Bondade de Deus feita carne e deixemos que lágrimas de arrependimento inundem os nossos olhos e lavem o nosso coração”.

“Ele, só Ele, pode nos salvar. Só a Misericórdia de Deus pode libertar a humanidade de tantas formas de mal, por vezes monstruosas, que o egoísmo gera nela. A graça de Deus pode converter os corações e suscitar vias de saída em situações humanamente irresolúveis”.

Ai prosseguir, o Pontífice afirma que onde nasce a paz, já não há lugar para o ódio e a guerra, e recorda que precisamente lá onde veio ao mundo o Filho de Deus feito carne, continuam tensões, violências e a paz continua um dom que deve ser invocado e construído.

“Oxalá israelenses e palestinos retomem um diálogo direto e cheguem a um acordo que permita a ambos os povos conviverem em harmonia, superando um conflito que há muito os mantém contrapostos, com graves repercussões na região inteira. Ao Senhor, pedimos que o entendimento alcançado nas Nações Unidas consiga quanto antes silenciar o fragor das armas na Síria e pôr remédio à gravíssima situação humanitária da população exausta. É urgente que o acordo sobre a Líbia encontre o apoio de todos, para se superarem as graves divisões e violências que afligem o país. Que a atenção da Comunidade Internacional se concentre unanimemente em fazer cessar as atrocidades que, tanto nos referidos países, como no Iraque, Líbia, Iêmen e na África subsaariana, ainda ceifam inúmeras vítimas, causam imensos sofrimentos e não poupam sequer o patrimônio histórico e cultural de povos inteiros”.

Atos terroristas

O Papa recordou ainda as vítimas dos hediondos atos terroristas, em particular pelos massacres recentes ocorridos no Egito, em Beirute, Paris, Bamaco e Túnis. Francisco pede também consolação e força ao Menino Jesus para os cristãos perseguidos em muitas partes do mundo por causa de sua fé. “São os mártires de hoje”.

Diálogo

O fortalecimento do diálogo na República Democrática do Congo, no Burundi e no Sudão do Sul foi ressaltado pelo Papa, “em prol da edificação de sociedades civis animadas por sincero espírito de reconciliação e compreensão mútua”.

O Papa referiu-se também à Ucrânia, pedindo que a verdadeira paz “inspire a vontade de cumprir os acordos assumidos para se restabelecer a concórdia no país inteiro” e que ilumine os esforços do povo colombiano, para que “continue empenhado na busca da desejada paz.

Dignidade humana

Francisco recordou também a existência de homens e mulheres que estão privados da sua dignidade humana e, como o Menino Jesus, sofrem o frio, a pobreza e a rejeição dos homens. “Chegue hoje a nossa solidariedade aos mais inermes, sobretudo às crianças-soldado, às mulheres que sofrem violência, às vítimas do tráfico de seres humanos e do narcotráfico”.

O drama das milhares de pessoas que viajam em condições desumanas, arriscando a própria vida em busca de segurança e de uma esperança também foram recordados por Francisco.

“Sejam recompensados com abundantes bênçãos quantos, indivíduos e Estados, generosamente se esforçam por socorrer e acolher os numerosos migrantes e refugiados, ajudando-os a construir um futuro digno para si e seus entes queridos e a integrar-se nas sociedades que os recebem”.

Desempregados

O Santo Padre também pediu que o Senhor dê esperança aos desempregados e sustente “o compromisso de quantos possuem responsabilidades públicas no campo político e econômico, a fim de darem o seu melhor na busca do bem comum e na protecção da dignidade de cada vida humana”.

Misericórdia

Ao falar da misericórdia, o Papa dirigiu-se aos encarcerados. “Onde nasce Deus, floresce a misericórdia. Este é o presente mais precioso que Deus nos dá, especialmente neste ano jubilar em que somos chamados a descobrir a ternura que o nosso Pai celeste tem por cada um de nós. O Senhor conceda, particularmente aos encarcerados, experimentar o seu amor misericordioso que cura as feridas e vence o mal”.

“E assim hoje e juntos, exultemos no dia da nossa salvação, fixando o olhar nos braços abertos de Jesus no presépio, que nos mostra o abraço misericordioso de Deus”. Francisco proclama: “A paz esteja contigo”, e após concedeu a todos sua Bênção com a Indulgência Plenária na forma prevista pela Igreja.

Feliz Natal

Ao concluir, Francisco dirigiu-se a todos os presentes na Praça São Pedro e àqueles que o acompanhavam pelos meios de comunicações, para desejar as suas mais cordiais felicitações de Natal.

“É o Natal do Ano Santo da Misericórdia, por isto, desejo a todos que possa acolher na própria vida a misericórdia de Deus, que Jesus Cristo nos deu, para sermos misericordiosos com os nossos irmãos. Assim, faremos crescer a paz.”

Papa recebe prêmio por seu empenho pela paz

Francisco foi o vencedor do prêmio “Carlos Magno”, um dos mais importantes da Europa, por seus esforços em favor da paz

Da Redação, com Agência Ecclesia

Papa recebeu prêmio “Carlos Magno”, um dos mais importantes da Europa / Foto: L’Osservatore Romano

O Papa Francisco foi anunciado nesta quarta-feira, 23, como o vencedor do prêmio internacional “Carlos Magno” pela paz de 2016, premiação que vem distinguir os seus esforços em favor das populações atingidas pela guerra e as injustiças sociais e econômicas.

O prêmio é considerado um dos mais importantes na Europa e já foi entregue ao Papa João Paulo II, em 2004. A premiação foi estabelecida em 1949, quando a cidade alemã de Aquisgranose, que confere o prêmio, estava em ruínas, após a II Guerra Mundial. O prêmio é destinado a pessoas e instituições que tenham um papel importante no processo de unificação da Europa.

O comitê elogia a figura de Francisco como uma “voz da consciência” e uma “autoridade moral extraordinária” para a Europa, com uma mensagem de esperança e encorajamento em tempos de crise. Em especial, recorda-se o discurso do Papa ao Parlamento Europeu, em 25 de novembro de 2014, em Estrasburgo, França.

Na ocasião, o Santo Padre disse: “a Europa tem uma necessidade imensa de redescobrir o seu rosto para crescer, segundo o espírito dos seus pais fundadores, na paz e na concórdia, já que ela mesma não está ainda isenta dos conflitos”.

Papa Francisco e a paz

Em pouco mais de mil dias de pontificado, o Papa Francisco já deixou vários gestos e mensagens de paz, como o inédito encontro de oração que reuniu os presidentes de Israel e da Palestina, em 8 de junho de 2014, marcada pela oração: “Nunca mais a guerra”.

Em setembro de 2013, Francisco assumiu a iniciativa de escrever ao presidente russo, Vladimir Putin, antes de uma cimeira do G20 em que se previa o envio de tropas para o conflito na Síria, algo que veio a não acontecer.

“A todos eles [líderes do G20], e a cada um deles, dirijo um sentido apelo para que ajudem a encontrar caminhos para superar as diversas contraposições e abandonem qualquer vã pretensão de uma solução militar”, escreveu.

A primeira viagem do pontificado teve como destino a ilha italiana de Lampedusa, onde deixou um apelo contra a ‘globalização da indiferença’, lembrando quem morre no Mediterrâneo.

Vários foram os apelos em defesa dos refugiados, em favor da paz na Ucrânia e os alertas para a situação dos cristãos no Médio Oriente. O pontificado contou também com várias mensagens condenando a ação da Mafia na Itália, o tráfico de seres humanos, a fome ou os crimes e abusos contra menores.

O pensamento de Francisco sobre todos estes temas está condensado nas suas mensagens para o Dia Mundial da Paz, que a Igreja celebra anualmente em 1º de janeiro.

No centenário da I Guerra Mundial, em 2014, Francisco esteve no maior cemitério militar da Itália para afirmar que “a guerra é uma loucura”. Já na sua mensagem para o 49º Dia Mundial da Paz (1 de janeiro de 2016), Francisco critica as consequências do esquecimento de Deus nas relações entre os seres humanos e a natureza.

Papa se comove em entrevista telefônica ao falar dos atentados em Paris

Papa se comove em entrevista telefônica ao falar dos atentados em Paris

 

Em uma conversação Telefônica transmitida por TV2000, o Papa Francisco manifestou sua dor pelos ataques terroristas ocorridos na sexta-feira, 13, em Paris (França), considerou que não há justificativa alguma e se solidarizou com todos os franceses.

 Durante o breve diálogo com o canal de televisão da Conferência Episcopal Italiana, o Pontífice se mostrou muito abalado pelos terríveis atentados terroristas da França que, conforme informou no último sábado o fiscal geral de Paris, Francois Molins, deixaram 129 mortos e 352 feridos, 99 deles em estado grave.

 “O sentimento é de comoção e de dor, não entendo, mas essas coisas são difíceis de entender, feitas por seres humanos”, disse o Pontífice ao começar a falar a respeito, muito emocionado. “Por isso, me sinto comovido e condoído, e rezo”.

 “Faço-me próximo do povo francês, tão amado, próximo dos familiares das vítimas e rezo por todos eles”, assegurou.

 Perguntado se isto faz parte de “uma terceira guerra mundial em capítulos” que ele mesmo denunciou em muitas ocasiões, o Papa respondeu: “É isso mesmo, este é um capítulo. Mas não há justificações para essas coisas”.

 Não existe uma justificativa “religiosa nem humana. Isto não é humano. Por isso estou próximo de toda a França, à qual quero muito bem”.

 Nos ataques realizados na sexta-feira por terroristas islâmicos, morreram mais de cem pessoas e outras 250 estão feridas, mais de 90 delas permanecem em estado grave.

 Pouco depois das 21:30 (hora local) ocorreram diversas explosões na capital francesa. As primeiras perto do estádio de futebol, onde estava presente o Presidente da República Francesa, François Hollande. Quase ao mesmo tempo, um terrorista disparou indiscriminadamente contra quem jantava em dois restaurantes do centro da cidade.

 Na sala de concertos Bataclan, entre dois e quatro terroristas começaram a atirar nas pessoas e detiveram centenas de pessoas. Algumas delas conseguiram escapar, mas cerca de 100 pessoas foram assassinadas. Alguns terroristas foram presos pelas forças de segurança e outros se suicidaram no mesmo local, como homem bomba.

 A França decretou estado de emergência e fechou todas as suas fronteiras. Teme que existam terroristas esperando para realizar novamente um atentado.

 O Papa Francisco enviou na manhã de sábado um telegrama de condolências por meio do Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, ao Arcebispo de Paris, Cardeal André Vingt-Trois.

 “Uma vez mais, o Santo Padre condena energicamente a violência, que não pode resolver nada, e pede a Deus que inspire a todos pensamentos de paz e de solidariedade, e estende, sobre as famílias que estão sendo provadas e sobre todos os franceses, a abundância de suas benções”.

  

Fonte:ACI Digital