Pare, pense e escolha o amor todos os dias!

 

AOS QUE SE FORAM

Pare, pense e escolha o amor todos os dias!

Não deixe para depois os abraços, sorrisos e gestos de amor, porque pode ser tarde

Quando fazemos planos para o Novo Ano e desejamos, para nós e para aqueles que amamos, muitas coisas boas para vivermos nos próximos 365 dias, nem passa pela nossa mente que, em um daqueles dias, nós ou alguém próximo a nós poderá morrer. Isso porque a morte é um tabu para a sociedade moderna, e sempre diz respeito aos outros, é algo distante, não queremos pensar nela e muito menos falar sobre ela.

Pensando nessa realidade da irmã morte, como dizia São Francisco de Assis, quero partilhar o ensino que tive com a morte, em 2016, de cinco pessoas que eu amava: minha alegre Tia Laura (julho); o humilde Zezinho da Canção Nova (agosto); uma das minhas mães espirituais, a Delizete (agosto); a Aline, uma mulher de valor com apenas 33 anos (outubro) e a minha caridosa prima Bete (dezembro). Como foi bom ter podido expressar o meu amor por elas!

Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Amizades

Eram parentes e amigos antigos, exceto uma, a Aline, que conheci só há um ano e meio, mas foi o suficiente para sermos muito amigas, pois, como disse Santa Catarina de Sena, “a amizade, cuja fonte é Deus, nunca se esgota”. A minha amizade com a Aline foi por pouco tempo, mas com muita manifestação de amor.

“Quem encontrou um amigo encontrou um tesouro. Amigo fiel é bálsamo de vida; os que temem o Senhor vão encontrá-lo. Quem teme o Senhor, orienta bem sua amizade: como ele é, tal será o seu amigo” (Ecl 6,14-17).

Agradeço a Deus por ter me dado a oportunidade de escrever o livro ‘Mulher de Valor’ e à Editora Canção Nova por tê-lo publicado, pois ele foi o motivo do nosso primeiro encontro. A partir daquele dia, cada encontro nosso era um marco, despedíamo-nos com o gosto de quero mais estar na sua presença. Falar de Deus, dos nossos sonhos e da nossa missão de resgatar os valores da “mulher de valor” era tão radiante e motivador, que nem víamos a hora passar.

“Uma mulher de valor, quem pode encontrá-la? Superior ao das pérolas é o seu valor. (Prov 31,10).” Obrigada, Senhor, por eu ter conhecido a Aline, uma mulher de valor! Encontrar uma amiga como ela é como encontrar um tesouro cheio de pérolas.

No nosso último Chá da Tarde, uma semana antes da sua morte, vivemos nossas últimas expressões de amor, última oração, último Terço da Misericórdia rezado juntas; e no último abraço, mesmo sem saber, ficou mais uma vez a certeza de que o amor de Jesus Misericordioso havia unido duas apóstolas da Misericórdia, para uma mesma missão: resgatar almas para Deus, sobretudo, as almas femininas.

Não permitamos que a falta de tempo, a distância, o ressentimento ou o dinheiro sejam impedimentos para a manifestação do amor.

Não deixemos de manifestar o amor! Vamos escolher amar todos os dias do Novo Ano?

Marina Adamo
Escritora

O Salvador nasceu! Como devemos acolhê-lo em nossa vida?

A Vida e os sofrimentos de Jesus, sua dolorosa Paixão e morte de Cruz, nos leva a concluir que somente Ele poderia salvar a humanidade da perda eterna por causa do pecado original e de nossos pecados pessoais. Com certeza o Pai não permitira que seu Único Filho amado, voluntariamente se submetesse a tanta dor e sofrimento, se houvesse outro caminho melhor de salvação; se houvesse outro salvador que o pudesse isentar de tanto sofrimento.

Tudo isso nos faz entender com clareza meridiana aquilo que São Pedro disse aos judeus em Jerusalém depois de ter curado aquele aleijado na porta do Templo: “Esse Jesus, pedra que foi desprezada por vós, edificadores, tornou-se a pedra angular. Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do Céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos” (Atos 4,11-12).

Infelizmente Jesus continua sendo desprezado por muitos que, enganados, pensam que há salvação fora Dele. Só Cristo pode nos salvar porque somente Ele pode oferecer à Justiça divina uma reparação necessária e suficiente, de intensidade Infinita, em vista dos pecados da humanidade, que ferem a Majestade infinita de Deus. Santa Catarina de Sena, doutora da Igreja, disse que: “Sendo Deus um bem infinito, a ofensa cometida contra Ele pede satisfação infinita”. Só a Igreja fundada por Jesus tem o poder de através dos seus ministros, pelos Méritos de Sua Paixão, pode perdoar os pecados e dar a salvação. Ninguém mais. Os que buscam a salvação em outros caminhos estão profundamente enganados.

Então, devemos acolher esse Menino Deus que nasce no Natal, como nosso único Senhor e Salvador, Mestre divino e Redentor. Se entendemos o que Ele fez por nós, só nos resta uma alternativa: segui-lo como seguiram os seus Apóstolos até o fim. Só Ele é “o Caminho, a Verdade e a Vida”. Não há outro caminho de salvação; não há outra verdade que liberte e não há outra vida que perdure por toda a eternidade. Ele deixou tudo isso muito claro: “Eu Sou a Luz do mundo; aquele que Me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida” (João 8,12).

E disse aos judeus que disputavam com Ele: “Por isso vos disse: morrereis no vosso pecado; porque se não crerdes que Eu Sou, morrereis no vosso pecado” (João 8,24). “Se permanecerdes na Minha Palavra, sereis meus discípulos; conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará” (João 8,31-32). “Se, portanto, o Filho vos libertar sereis verdadeiramente livres” (João 8,36). “Em verdade, em verdade vos digo, antes que Abraão existisse Eu Sou” (João 8,58); quer dizer Eu sou Deus, Eu existia.

Diante de tanta certeza da divindade de Jesus, e de ser Ele o nosso único Salvador, nossa imediata decisão deve ser a de segui-lo, amá-lo com amor puro e com reta intenção, vivendo segundo a Sua santa Vontade. Ele disse no Sermão da Montanha que quem o seguisse seria feliz, mas pereceria que o conhecesse e o abandonasse:

“Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha. Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é semelhante a um homem insensato, que construiu sua casa na areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela caiu e grande foi a sua ruína” (Mt 7,24-27).

Esta ruina a que Jesus se refere é a vida daquele que O conhece, conhece o Evangelho, mas lhes vira as costas, e prefere seguir outros mestres, outros pretensos doutores, e outras filosofias deste mundo.

Uma conclusão lógica é esta: Depois que o Verbo se fez carne, depois que Jesus sofreu tudo o que sofreu por nós, seria insensatez e falta de juízo não segui-lo. Diante da festa do Seu Nascimento, esta deve ser a nossa mais importante decisão: seguir Jesus. Há uma bela música que diz: “Seguir somente a Ti Senhor, seguir somente a Ti Senhor; seguir somente a Ti Senhor, e não olhar atras; seguir seu caminhar Senhor, seguir sem vacilar Senhor; prostrar-me em Teu altar Senhor, e não olhar pra trás…”

É isso ai, seguir Jesus com determinação; sem olhar para trás. Sem desanimar e sem desesperar nunca. Olhando para Ele sempre como diz a Carta aos Hebreus: “Corramos com perseverança ao combate proposto, com o olhar fixo no autor e consumador de nossa fé, Jesus” (Heb 12,1).

Sabemos que seguir Jesus não é fácil, mas é a única coisa sensata que podemos fazer nesta vida. O Santo João Paulo II nos disse: “Não tenham medo, o Senhor ressuscitado caminha conosco”. Nesta fé este Papa santo enfrentou inúmeras dificuldades em seus 25 anos de Pontificado, mas nunca desistiu; nunca se deixou vencer pelo medo. Muitas vezes Jesus disse a seus discípulos, e diz também a nós: “Não temais”. “Eu venci o mundo”.

Mas para viver assim, fortalecido pelo amor de Jesus, que nos dá a paz que supera todo entendimento, é preciso viver em comunhão com Ele, lutando constantemente contra o pecado, o maior mal do mundo. Para isso Jesus nos dá a sua graça, especialmente pelo sacramento da Confissão e da Eucaristia. Sua presença contínua e permanente em todos os Sacrários da Terra, é a garantia de Sua presença amiga a nos acompanhar e socorrer.

Jesus disse que sem Ele não podemos nada. Querer seguir Jesus sem a Sua graça é utopia. Sua exigência supera nossas forças humanas: “Quem quiser ser meu discípulo, tome a sua cruz a cada dia e me siga-me” (Lc 9,23). Só na companhia doce e agradável de Jesus será possível viver este projeto de salvação. Mas é possível. Por isso Ele exige: “Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar fruto se não permanecerdes em Mim. Eu sou a videira e vós os ramos. Quem permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto, porque sem Mim, nada podeis fazer” (João 15,1-5).

Logo, contemplando o Nascimento de Jesus temos de pedir a graça de “permanecer Nele”, ouvindo-o em Suas Palavras, recebendo sempre o Seu perdão na Confissão, alimentando-nos sempre com o Seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade; levando-o aos que não o conhecem, edificando a Sua santa Igreja, orando sem cessar como disse São Paulo. Seguindo assim o Senhor seremos felizes, como garante o Apóstolo:

“Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos! Seja conhecida de todos os homens a vossa bondade. O Senhor está próximo. Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças. E a paz de Deus, que excede toda a inteligência, haverá de guardar vossos corações e vossos pensamentos, em Cristo Jesus” (Fil 4,4-7).

A melhor maneira de acolher Jesus que chega no Natal é tomar a decisão de segui-lo todos os dias da vida, buscando fazer Sua santa vontade.

Prof. Felipe Aquino

Qual Maior Desejo de Jesus?

Qual o maior desejo de Jesus?

“Levantar-me e irei a meu pai, e direi: Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. […] Levantou-se, pois, e foi ter com seu pai. Estava ainda longe, quando seu pai o viu e, movido de misericórdia, correu-lhe ao encontro, lançou-se ao pescoço e o beijou”. (Cf. Lucas 15,18-20).

O maior desejo de Deus é que todos os seus filhos dispersos voltassem para casa, assim como o filho que deixou a morada de seu pai para desfrutar das coisas do mundo. Nosso Senhor Jesus veio ao mundo para revelar o Pai, por muitas vezes, vivemos sem saber quem Ele realmente é, e o que Ele já fez, Jesus vem todos os dias ao nosso encontro com amor misericordioso.

Em tempos atuais somos iguais a esse filho disperso, falamos muito, pregamos várias coisas, mas não pregamos a palavra de Deus, esquecemo-nos Dele, enchemos nossos corações de todos os sentimentos contrários ao amor do Senhor, nos sentimos vazios e sem vida. Mas, Jesus nos olha com misericórdia e nos chama de volta. Ele realmente nos deseja, Cristo quer nos colocar dentro da sua escola, de seu coração, para que possamos aprender a sermos humildes e fortes. “Isto é uma ordem, sê forte e corajoso. Não te atemorizes, não tenhas medo, porque o Senhor está contigo em qualquer parte para onde fores.” (Cf. Josué 1,9)

A humildade é nosso foco, o criador nos convida a sermos humildes, mesmo que tenhamos um cargo alto no meio social ou até mesmo dentro da Igreja, não podemos achar, que os dons que Deus nos dá, são para beneficio próprio, Ele nos dá para que possamos servir com coragem, mais importante com Amor aos irmãos. Jesus nos chama ao amor, Santa Teresinha já nos ensina: “O amor é o coração da igreja”, sem o amor, não podemos seguir em frente como corpo de cristo, temos que ter o mesmo olhar de Cristo, que a cabeça da igreja. “Eu lhes dei o exemplo para que vocês façam o mesmo” (Cf. João 13,15).

O Coração de Jesus é o nosso maior exemplo, Deus é o próprio amor ele não necessita de nós, mas quer precisar, o reverendíssimo Padre Francisco Sehnem, SCJ nos fala que: O amor é remédio para nosso mundo que anda doente por falta de amor perdão e misericórdia. (Cf. Só por causa de um Cabrito,São Paulo – SP, Editora: Canção Nova, 2007). Temos que ser grandes servos e levar amor oferecendo nossa vida para que outras possam ter uma experiência com o Coração de Jesus.

Também podemos Seguir o exemplo do Reverendíssimo Padre Aloisio Hellmann, scj que diz: “Ofereço minha vida, pela igreja […] Eu sei que para isso vale apena oferecer a vida”. Esses exemplos nos motivam a seguir Jesus, mas de perto, que hoje voltemos nosso olhar ao nosso Salvador Jesus Cristo que por amor a todos se entregando na cruz para espiar nossos pecados. Que possamos ser apóstolos de Cristo e propagar o Sagrando coração de Jesus em toda parte.

“A vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e da parte do Senhor Jesus Cristo, que se entregou por nossos pecados, para nos libertar da perversidade do mundo presente, segundo a vontade de Deus, nosso Pai, a quem seja dada a glória pelos séculos dos séculos. Amém”.
(Cf. Gálatas 1,3-5)

Honaycon Gonçalves
Comunicação Comunidade Bethânia 

O que fazer para amar novamente?

        O que fazer para amar novamente?

Deus nos criou para amarmos e sermos amados 

Sabemos que “tudo concorre para o bem dos que amam a Deus” (Rm 8,28). Se O amarmos, se estivermos envolvidos em Seu amor, tudo concorrerá para o nosso bem. O contrário também pode acontecer: tudo nos fará mal, nos prejudicará se não estivermos vivendo no amor do Pai.

“Quanto a nós, sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos nossos irmãos” (1Jo 3,14).

O Senhor quer nos ressuscitar para o amor, quer nos curar profundamente de tudo aquilo que matou esse sentimento em nós. Talvez, diante do próximo mais próximo, isto é, de nossos familiares, filhos, irmãos, pais e esposos, tenhamos dito: “Meu Deus do céu, eu não amo, não sinto o amor”. Justamente por causa disso, o Senhor quer fazer uma ressurreição em sua vida.

Existe amor em você! Mas, infelizmente, não o sentindo, você acabará dizendo para si mesmo que não ama; assim, se acusará a amar e irá se condenar por isso.

Quando nos voltamos para o Senhor, sentimos Seu amor, começamos a amar e voltamos à vida.

 

:. Para que amar? 

:. Como eu posso amor o outro? 

:. Experimente a riqueza de saber amar e perdoar 

Não será possível amarmos os outros se não amarmos Deus em primeiro lugar. Não será possível amar o Senhor se não sentirmos o amor d’Ele por nós.

Precisamos passar pela experiência de que foi Deus quem nos amou primeiro, saber que somos amados por Ele e experimentamos Seu amor. Se assim o fizermos, nós O amaremos também. E amando-O, começaremos também a amar o próximo.

Há amor em você, porque o amor de Deus foi derramado em seu coração pelo Espírito Santo que lhe foi dado. Se esse amor não se manifestar, é porque forças de morte caíram, pesaram sobre ele e o sufocaram. Mas o Senhor quer retirar de você todas essas forças de morte e fazê-lo voltar a experimentar o amor.

É como se em você houvesse cinzas em cima das brasas. Graças a Deus, ainda existe fogo! Porém, as cinzas o estão matando. É preciso “abanar” esse amor, e isso depende de duas coisas: de Deus –– e Ele já está fazendo Sua parte ao soprar o Espírito Santo sobre você – e da sua decisão de querer amar.

É em nossa casa, com as pessoas que Deus já introduziu em nossa vida, que precisamos acender as brasas do amor. O Senhor é amor e quem ama permanece n’Ele. Sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos as pessoas próximas de nós.

Texto extraído do livro ‘Combatentes no amor’, de mosenhor Jonas Abib.

 

Se Deus existe, por que existe o sofrimento?

Se Deus existe, por que Ele permite tanta desgraça, especialmente com pessoas inocentes?


O sofrimento faz parte da vida do homem, contudo, este se debate diante disso. E o que mais o faz sofrer é o sofrimento inútil, sem sentido.


Saber sofrer é saber viver. Os que sofrem fazem os outros sofrer também. Por outro lado, os que aprendem a sofrer podem ver um sentido tão grande no sofrimento que até o conseguem amar.


Por que existe o sofrimento -


No entanto, só Jesus Cristo pode nos fazer compreender o significado do sofrimento. Ninguém sofreu como Ele nem soube enfrentá-lo [sofrimento] e dar-lhe um sentido transcendente. Ninguém o enfrentou com tanta audácia e coragem como Cristo.


Há uma distância infinita entre o Calvário de Jesus Cristo e o nosso; ninguém sofreu tanto e tão injustamente como Ele. Por isso, Ele é o “Senhor do sofrimento”, como disse Isaías, “o Homem das Dores”.


Só a fé cristã pode ajudar o homem a entender o padecimento e a se livrar do desespero diante dele.


Muitos filósofos sem fé fizeram muitos sofrer. Marcuse levou muitos jovens ao suicídio. Da mesma forma, Schopenhauer, recalcado e vítima trágica das decepções, levou o pessimismo e a tristeza a muitos. Zenão, pai dos estóicos, ensinava diante do sofrimento apenas uma atitude de resignação mórbida, que, na verdade, é muito mais um complexo de inferioridade. O mesmo fez Epícuro, que estimulava uma fantasia prejudicial e vazia, sem senso prático. Da mesma forma, o fazia Sêneca. E Jean Paul Sartre olhava a vida como uma agonia incoerente vivida de modo estúpido entre dois nadas: começo e fim; tragicomédia sem sentido à espera do nada definitivo.


Os materialistas e ateus não entendem o sofrimento e não sabem sofrer; pois, para eles o sofrer é uma tragédia sem sentido. Os seus livros levaram o desespero e o desânimo a muitos. ‘O “Werther”’, de Goethe, induziu dezenas de jovens ao suicídio. “’A Comédia Humana”’, de Balzac, levou muitos a trágicas condenações. Depois de ler ‘“A Nova Heloísa’”, de Rosseau, uma jovem estourou os miolos numa praça de Genebra. Vários jovens também se suicidaram, em Moscou, depois de ler ‘“Os sete que se enforcaram”’, de Leonid Andreiv.


Um dia Karl Wuysman, escritor francês, entre o revólver e o crucifixo, escolheu o crucifixo. Para muitos, essa é a alternativa que resta.


Esses filósofos, sem fé, levaram muitos à intoxicação psicológica, ao desespero e à depressão, por não conseguirem entender o sofrimento à luz da fé.


Quem nos ensinará sobre o sofrimento? Somente Nosso Senhor Jesus Cristo e aqueles que viveram a Sua doutrina. Nenhum deles disse um dia: “O Senhor me enganou!” Não. Ao contrário, nos lábios e na vida de Cristo encontraram força, ânimo e alegria para enfrentar o sofrimento, a dor e a morte.


Alguns perguntam: “Se Deus existe, por que Ele permite tanta desgraça, especialmente com pessoas inocentes?”.


Será que o Todo-poderoso não pode ou não quer intervir em nossa vida ou será que não ama Seus filhos? Cada religião dá uma interpretação diferente para essa questão. A Igreja, com base na Revelação escrita e transmitida pela Sagrada Escritura, nos ensina com segurança. A resposta católica para o problema do sofrimento foi dada de maneira clara por Santo Agostinho († 430) e por São Tomás de Aquino († 1274): “A existência do mal não se deve à falta de poder ou de bondade em Deus; ao contrário, Ele só permite o mal porque é suficientemente poderoso e bom para tirar do próprio mal o bem”(Enchiridion, c. 11; ver Suma Teológica l qu, 22, art. 2, ad 2).


Como entender isso?


Deus, sendo por definição o Ser Perfeitíssimo, não pode ser a causa do mal, logo, esta é a própria criatura que pode falhar, já que não é perfeita como o seu Criador. Deus não poderia ter feito uma criatura ser perfeita, infalível, senão seria outro deus.


Na verdade, o mal não existe, ensina a filosofia; ele é a carência do bem. Por exemplo, a doença é a carência do estado de saúde; a ignorância é a carência do saber, e assim por diante.


Por outro lado, o mal pode ser também o uso errado de coisas boas. Uma faca é boa na mão da cozinheira, mas na mão do assassino… Até mesmo a droga é boa, na mão do anestesista.


O Altíssimo permite que as criaturas vivam conforme a natureza de cada uma; permite, pois, as falhas respectivas. Toda criatura, então, pelo fato de ser criatura, é limitada, finita e, por isso, sujeita a erros e a falhas, os quais acabam gerando sofrimentos. Assim, o sofrimento é, de certa forma, inerente à criatura. O Papa João Paulo II, em 11/02/84, na Carta Apostólica sobre esse tema disse: ““O sentido do sofrimento é tão profundo quanto o homem mesmo, precisamente porque manifesta, a seu modo, a profundidade própria do homem e ultrapassa esta. O sofrimento parece pertencer à transcendência do homem”” (Dor Salvífica, nº 2). “De uma forma ou de outra, o sofrimento parece ser, e de fato é, quase inseparável da existência terrestre do homem” (DS, nº 3).



Felipe Aquino