A crise financeira mundial
A crise financeira mundial, que está ocorrendo desde 2007, teve início com a falta de liquidez dos títulos chamados “Subprimes” no mercado imobiliário americano. Trata-se de um segmento a partir de pessoas com histórico para a inadimplência e que, consequentemente, oferecem menos garantia de pagamento, caracterizando maior risco. Por esses títulos são cobrados juros maiores que os de mercado, aguçando a ganância dos gestores de fundos de investimentos e bancos em busca de melhores retornos.
A crise se reflete na quebra (falência) de grandes conglomerados financeiros, na economia real e até nas classes menos favorecidas.
A crise nos EUA afetará o desempenho da economia brasileira em 2009, porém, em menor intensidade do que outras crises no passado recente, uma vez que o crescimento econômico atual do Brasil está mais relacionado a fatores internos, que tendem a continuar com desempenho positivo, mesmo com a política monetária restrita do Banco Central.
Os desdobramentos na economia real – aquela que produz e gera emprego – passam pela restrição dos empréstimos para novos investimentos e capital de giro redundando em desemprego (redução de postos de trabalho), o que reflete no consumo.
No caso da economia brasileira, os sintomas da crise são observados por meio da restrição ao crédito, pelo aumento das taxas de juros nas compras a prazo e, com o aumento do dólar, os produtos importados tiveram seus preços remarcados.
As ações do Banco Central, para superar a crise a partir dos fundamentos lógicos da Economia, não têm apresentado efeitos imediatos, o que torna imprevisível o seu fim, tanto que a projeção do crescimento do PIB – Produto Interno Bruto (soma em valores monetários de todos os bens e serviços finais produzidos pelo país durante determinado período) para 2008 é de 5,4% e para 2009 apenas 3,8%.
O encolhimento do mercado de crédito e a consequente elevação das taxas de juros irão encarecer as aquisições de bens duráveis (automóveis, geladeiras, televisores, imóveis, entre outros), via de regra, feitas a prazo (à vista, possivelmente teremos queda nos preços). Nesse sentido, não se recomenda nenhum endividamento, principalmente aqueles com juros pós-fixados. Sempre que possível, comprar à vista negociando um bom desconto.
Prof. DR. Luiz Carlos Laureando da Rosa
Economista e pesquisador do NUPES
Núcleo de Pesquisas Econômico-sociais da UNITAU