O aborto deixou de ser crime em muitos países, e o Brasil tem caminhado para essa mesma direção. Alguns partidos políticos têm feito de tudo para que a lei que descriminaliza o aborto seja aprovada. Meus amados irmãos, em primeiro lugar, quero lhe pedir que nos unamos em oração por essa causa; em segundo lugar, que unamos nossas forças para que essa terrível e desumana lei não seja aprovada.
Algumas vezes, os membros da Igreja são qualificados como “fanáticos e fundamentalistas religiosos impondo sobre Estado Laico uma visão religiosa”. Esse discurso, na verdade, é uma forma de inibir a Igreja.
Dom Ricardo Hoepers, no dia 6 de agosto de 2018, discursou na audiência pública sobre a descriminalização do aborto, estando presente a Exma. Sra. Ministra Carmen Lúcia, Presidente do Supremo Tribunal Federal; a Exma. Sra. Ministra Rosa Weber, relatora da ADPF 442, juntamente com os Srs. Ministros e demais pessoas que ali estavam presentes. Diante de todos, fez três importantes perguntas, inspiradas pelo Espírito Santo:
1-Onde está o fundamentalismo religioso em aderir aos dados da ciência que comprovam o início da vida desde a concepção?
2-Onde está o fanatismo religioso, em acreditar que todo atentado contra a vida humana é crime?
3-Onde está o fundamentalismo religioso em dizer que queremos políticas públicas que atendam a saúde das mães e dos filhos?
Assista ao vídeo:
Nesse mesmo discurso, esclarece Dom Ricardo Hoepers: se a questão é de saúde (salus – salvar), a lei teria que proteger a mãe e o filho proporcionalmente. Como este STF vai explicar a permissão da pena capital a um ser humano inocente e indefeso para justificar nossa incapacidade de políticas públicas de proteção à saúde reprodutiva da mulher?”.
O aborto e o direito à vida
É assim que o Supremo Tribunal Federal vai garantir a inviolabilidade do direito à vida? Dando uma arma chamada “autonomia”, para que homens e mulheres, ao seu bel prazer, interrompam a vida das crianças até a 12º semana sem precisar dar nenhuma satisfação de seu ato predatório? Esperamos que não, pois […] o direito à vida é o mais fundamental dos direitos e, por isso, mais do que qualquer outro, deve ser protegido. Ele é um direito intrínseco à condição humana e não uma concessão do Estado. Os Poderes da República têm obrigação de garanti-lhe e defendê-lo. Não compete a nenhuma autoridade pública reconhecer seletivamente o direito à vida, assegurando-o a alguns e negando-o a outros. Essa discriminação é iníqua e excludente. […] O fundamento da VIDA é o AMOR, e quem ama cuida até o fim.
Essas palavras de Dom Ricardo Hoepers foram sinceras e muito contundentes, pois foram fundamentadas na verdade.
A última estrofe de nosso hino brasileiro diz: “Terra adorada, entre outras mil és tu, Brasil, ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil. Pátria amada Brasil!” Como continuaremos a cantar essa estrofe caso o aborto seja aprovado por lei? Que mãe gentil é essa, que permite matar os seus próprios filhos? Que pátria amada é essa, que mata seus filhos antes de nascerem?
Valorize a vida
Precisamos, a todo custo, defender a vida, lutar contra toda e qualquer lei que a ameace. É preciso também ter cuidado com a forma que lutamos a favor da vida, a começar pelas postagens nas redes sociais.
Existem algumas postagens que, embora sejam bem intencionadas, são, ao mesmo tempo preocupantes. Postagem contendo a história de pessoas importantes do ponto de vista social, que quase foram abortadas. Pessoas como: Steve Jobs, Roberto Gómez Bolaños (Chave), Susan Boyle, Cristiano Ronaldo, Celine Dion, Andrea Bocelli, Jack Nicholson etc. Por que são postagens preocupantes? Pelo fato que o destaque é dado não propriamente a vida da pessoa, mas sim ao papel social que ela desempenhou. Se elas não tivessem sido importantes na sociedade, poderia então ter sido abortadas? O valor da vida independe do papel social.
Outra coisa a fazer é ficarmos atentos aos discursos falaciosos. De modo geral, os discursos pró-aborto são completamente equivocados por si mesmos. Já ouvi discurso de mães nos quais elas diziam: “o corpo é meu, faço o que eu quero com ele”. Que pena! Essa pessoa não entendeu nada. Quando falamos de uma mãe grávida, estamos falando de duas vidas, estamos falando de duas pessoas, partindo do princípio de que a vida é um dom absoluto, ambas precisam ser protegidas e respeitadas.
Falácias do aborto
Outra falácia é que o aborto é uma forma de salvar a vida da mulher. Algo comum nas manifestações a favor do aborto são faixas com a seguinte descrição: “Aborto Já! Pela legalização do aborto em defesa da vida da mulher”. Esquecem que a mulher que está dentro da barriga também precisa ser salva. Portanto, deve ser salva a vida das duas mulheres, mãe e filha, e não somente de uma.
A criança não deve ser punida por um crime que ela não cometeu. O aborto acaba sendo a pena de morte para quem não cometeu crime algum.
Eu vi um pôster, no Instagram, em que o bebê, no ventre da mãe, dizia: “Mamãe e papai, não façam a mim o mal que meus avós não fizeram a vocês. Quero viver!” Trata-se de um grito silencioso de milhares de crianças que são mortas diariamente.
Reza o salmista: “Tu me teceste no ventre de minha mãe. Graças te dou pela maneira extraordinária como fui criado! Pois tu és tremendo e maravilhoso! Sim, minha alma o sabe muito bem” (Sl 138,13-14). Mãe, não faça de vosso útero um sepulcro. Seu ventre é lugar sagrado, lugar da vida e não da morte.