o primeiro brasileiro nato reconhecido como santo pelo Vaticano.
Frei Galvão nasceu em Guaratinguetá, no interior paulista, em 1739, e pretendia entrar na Companhia de Jesus, mas, devido à perseguição política aos jesuítas, entrou para a Ordem de São Francisco de Assis.
Em texto assinado, o ex-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Geraldo Agnelo, diz que frei Galvão foi ordenado sacerdote em 1762 no Convento de São Francisco, no município de São Paulo.
Anos depois, fundou o Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Luz da Divina Providência, hoje conhecido como Mosteiro da Luz, também na cidade. Em 1780, ele foi condenado ao exílio por ter protestado contra a morte de um soldado, mas sua sentença foi revogada já em razão de sua popularidade.
No fim da vida, frei Galvão passou a morar nas dependências do convento, por não conseguir mais se locomover. Segundo o arcebispo de São Paulo dom Odilo Scherer, frei Galvão era venerado ainda em vida devido sua dedicação à evangelização, às missões populares e à caridade, sobretudo a pobres, doentes e pessoas aflitas.
Ele mesmo teria ajudado na construção do Mosteiro da Luz, onde, em 1822, 60 anos após sua vinda a São Paulo, foi sepultado.
De acordo com a irmã Célia Cadorin, postuladora da causa de canonização do frei, apenas em 1934, foi iniciada a coleta de assinaturas de devotos de frei Galvão, visando sua beatificação. E, 73 anos depois, o papa Bento XVI veio ao Brasil completar seu processo de canonização.
De acordo com padre Michelino, da divulgação da visita papal, a causa da postulação de santidade para frei Galvão, conduzida por irmã Célia, do Mosteiro da Luz, foi fortemente apoiada e amparada por dom Cláudio Hummes, cardeal-arcebispo de São Paulo.
Irmã Célia é uma das freiras que trabalham diariamente na fabricação artesanal de minicápsulas contendo fragmentos de oração que, segundo a tradição, foi escrita por frei Galvão e pode curar pessoas enfermas que as ingerem. A prática teria sido iniciada pelo próprio frei. Após o anúncio do santificação, a procura pela cápsulas aumentou. Em entrevista à Agência Brasil, irmã Cláudia, que trabalha na produção diária das cápsulas, confirmou a procura.
A gente atendia aqui uma centena, uma centena e tanto de pessoas, agora é muito mais de 10 mil, disse irmã Cláudia.