Gravidez precoce

 



Gravidez Precoce


A gravidez precoce é considerada como um problema de saúde pública no Brasil e em outros países. No Brasil, uma em cada quatro mulheres que dão à luz nas maternidades tem menos de 20 anos de idade. Estas meninas que não são mais crianças, nem tão pouco adultas, estão em processo de transformação e, ao mesmo tempo, prestes a serem mães. O papel de criança que brinca de boneca e de mãe na vida real, confundem-se e na hora do parto é onde tudo acontece. A fantasia deixa de existir para dar lugar à realidade. É um momento muito delicado para essas adolescentes, e que gera medo, angústia, solidão e rejeição.


As adolescentes grávidas vivenciam dois tipos de problemas emocionais: um pela perda de seu corpo infantil, e outro por um corpo adolescente recém-adquirido, que está se modificando novamente pela gravidez. Estas transformações corporais rapidamente ocorridas, de um corpo em formação para o de uma mulher grávida, são vividas muitas vezes com certo espanto pelas adolescentes. Por isso é muito importante a aceitação e o apoio quanto às mudanças que estão ocorrendo, por parte do companheiro, dos familiares, dos amigos e principalmente pelos pais.


A escola muitas vezes não dispõe de estrutura adequada para acolher uma adolescente grávida. O resultado é que a menina acaba abandonando os estudos durante a gestação, ou após o nascimento da criança, trazendo conseqüências gravíssimas para o seu futuro profissional.


Os riscos de complicações para a mãe e a criança são consideráveis quando o atendimento médico pré-natal é insatisfatório. Isto ocorre porque, normalmente, a adolescente costuma esconder a gravidez até a fase mais adiantada, impedindo uma assistência pré-natal desde o início da gestação. É muito comum também o uso de bebidas alcoólicas e cigarros o que aumenta os riscos de surgimento de problemas.


Ainda existe a possibilidade de gestações sucessivas, os riscos do aborto provocado e as dificuldades para a amamentação. Por isso, a gravidez entre adolescentes deve ser encarada como um problema não apenas médico, mas de toda a sociedade. É importante a participação da família, serviços médicos e instituições, tanto governamentais como não-governamentais, no combate à gravidez precoce.
Mais de 20% dos partos feitos anualmente no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, são de mulheres entre 10 e 20 anos, mas o índice de gravidez entre adolescentes caiu em todas as regiões do País, em 2004, com exceção do Nordeste, apontam os novos dados do Registro Civil referentes a 2004, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


A proporção de nascimentos em mães menores de 20 anos no País diminuiu de 20,8%, em 2003, para 20,6% em 2004. No Nordeste, essa incidência passou de 23,3% (2003) para 23,9% (2004). Maranhão (26,4%) e Tocantins (27,4%) apresentaram os maiores percentuais de nascimentos em mães menores de 20 anos, enquanto Distrito Federal (16,1%) e São Paulo (16,9%) tiveram os menores percentuais do País.
 
IBGE 04/01/2006